Depois de dois anos de adiamentos, António Costa aterrou esta segunda-feira, 17, em Luanda, para dois dias de uma visita oficial que marca a reaproximação luso-angolana.
"É a continuação de uma história longa, mas, como tenho dito, acho que cada vez é mais importante termos a noção de que liga-nos mais o futuro do que o passado. É concentrarmo-nos no futuro e é no futuro que temos de estar", afirmou o primeiro-ministro luso instantes depois da chegada ao Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro.
Focado no que ainda está por alcançar nas relações bilaterais, o Chefe do Governo português considera que há muito para fazer no já "muito intenso" plano económico.
"Angola tem a grande missão de diversificar a sua base económica, de substituir pela produção muitas das suas importações. E isso é uma oportunidade também para muitas empresas portuguesas poderem explorar", assinalou António Costa.
O também líder do Partido Socialista luso antecipou, nas primeiras declarações aos jornalistas, em Luanda, que está a ser criado "um conjunto de instrumentos para que os agentes económicos dos dois países possam investir cá e lá". Como exemplos desse trabalho, o primeiro-ministro apontou o acordo para evitar a dupla tributação e a remuneração e o alargamento da linha de crédito.
"Mas há vários objectivos nesta viagem", ressalvou António Costa, que viaja acompanhado dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Agricultura, Capoulas Santos, assim como os secretários de Estado Teresa Ribeiro (Negócios Estrangeiros e Cooperação), Eurico Brilhante Dias (Internacionalização) e Ricardo Mourinho Félix (Adjunto e das Finanças).
A comitiva lusa integra também os presidentes dos conselhos de administração da agência Lusa, Nicolau Santos, e da RTP, Gonçalo Reis, estando agendada a assinatura esta terça-feira, 18, de acordos de cooperação com a TPA.
Já nesta segunda-feira, o programa da viagem prevê um encontro à porta fechada com empresários portugueses que operam no mercado angolano, e um convívio com a comunidade lusa residente em Luanda, compromissos intercalados por uma deslocação à Fortaleza de Luanda e um passeio pela Baía de Luanda.
A reunião com o Presidente da República, João Lourenço, acontece na manhã de terça-feira, e deverá traduzir-se na assinatura de cerca de uma dezena de acordos, incluindo uma convenção para o fim da dupla tributação.
Sobre a mesma está também um memorando para a progressiva regularização de dívidas de entidades públicas angolanas a empresas portuguesas, cujo montante global se estima entre os 400 e os 500 milhões de euros.
Angola e Portugal deverão ainda ampliar linhas de crédito, estabelecer um plano de cooperação na Agricultura e assinar um Programa Estratégico de Cooperação 2018/2022.