“Neste momento, o inquérito tem três arguidos constituídos – uma pessoa coletiva e duas singulares – não se encontrando entre os mesmos Manuel Vicente”, lê-se num comunicado divulgado em Lisboa por esta entidade.
De acordo com o jornal português Correio da Manhã, a entidade colectiva constituída arguida no âmbito da investigação é o Banco Privado do Atlântico, do banqueiro angolano Carlos Silva.
A meio desta semana uma fonte ligada ao processo tinha dito à agência Lusa que Manuel Vicente estava indiciado por corrupção activa no âmbito deste processo.
As duas pessoas constituídas arguidas no âmbito da “Operação Fizz” são o procurador Orlando Figueira, que ontem, quinta-feira, ficou preso preventivamente por decisão judicial, e o advogado Paulo Blanco, que representou o vice-presidente de Angola na compra de um apartamento no edifício Estoril Sol, em 2012, e cujo escritório de advocacia foi alvo de buscas.
Na nota em que indica a medida de coacção aplicada ao procurador Orlando Figueira, a PGR esclarece que “as investigações prosseguem sob a direcção do Ministério Público e com a coadjuvação da PJ”.
No comunicado, é ainda referido que os “factos em investigação indiciam suspeitas de prática dos crimes de corrupção passiva na forma agravada, corrupção activa na forma agravada, branqueamento e falsidade” informática.
O procurador do Ministério Público Orlando Figueira – a gozar licença sem vencimento desde 2012 e que transitou directamente da magistratura para o Millennium BCP, banco onde a Sonangol é o maior accionista -, foi detido por suspeitas de corrupção passiva, branqueamento de capitais e falsidade informática.
Orlando Figueira foi o procurador responsável por diversos processos relacionados com capitais angolanos, designadamente o “caso Banif", que arquivou e, segundo fontes ligadas ao caso, é suspeito de ter favorecido processos em Portugal relacionados com o vice-presidente angolano Manuel Vicente.