"O povo angolano está a atravessar momentos difíceis. Os bancos comerciais têm dificuldades para financiar o sector da agricultura. É difícil ultrapassarmos a situação da fome", disse ao Novo Jornal o secretário-geral do partido, Rui Malopa Miguel, frisando que Angola tem tudo para resolver os problemas da população mas tarda a acontecer.

Na sua opinião, veiculada ao Novo Jornal após um périplo por várias províncias em visita às estruras de base do partido, os bancos comerciais desempenham um papel importante em períodos de crise económica, tendo em conta a sua vocação para serem credores de potenciais investidores que queiram relançar a actividade produtiva.

"Os camponeses querem produzir e não encontram o apoio dos bancos. O que produzem com muita dificuldade acaba de apodrecer por falta de escoamento dos produtos, por falta de estradas", acrescentou.

Face ao actual quadro, de acordo com Rui Malopa Miguel, o Executivo deve adoptar "urgentemente" um conjunto de medidas para reduzir a inflação, diminuir o impacto da crise económica e financeira e propiciar o desenvolvimento do País.

"Muitas obras que se fizeram em Angola degradaram-se muito rapidamente. Não há instituições idóneas destinadas a fiscalizar obras públicas", lamentou o político.

O também deputado à Assembleia Nacional defendeu a implementação de programas que promovam empregos para a juventude e concorram para a melhoria das condições nos diversos sectores.

De acordo com Rui Malopa, nas digressões que a direcção do partido faz nas províncias, é notória a pobreza extrema a que está votada a população angolana residente nestas regiões.

"A população rural encontra-se numa situação desastrosa à luz da maioria dos principais indicadores económicos e de desenvolvimento humano, tais como acesso à saúde e à educação, mortalidade geral e mortalidade infantil, acesso a serviços básicos", lamentou.

Questionado sobre a realização V congresso previsto para este ano, o secretário-geral, informou que o órgãos deliberativos do partido vão pronunciar-se quando as condições estiverem criadas.

Com 32 anos de existência, o PRS realizou, de 29 a 31 de Maio de 2017, o IV Congresso, que elegeu Benedito Daniel como presidente, em substituição de Eduardo Kuangana.