A dúvida neste momento é saber se a UNITA vai avançar em tempo recorde para a realização do XIII Congresso Ordinário, que será uma repetição do que foi anulado pelo TC, elegendo o seu líder antes da realização do Congresso do MPLA, marcado para 9 de Dezembro, ou se vai prolongar o prazo de preparação no qual ficará definido se a liderança do maior partido da oposição vai ser disputado por mais militantes além de Adalberto da Costa Júnior.

Esta reunião do órgão deliberativo, e o mais importante entre congressos, assume especial importância porque dela deverá resultar o anúncio dos passos seguintes à anulação, pelo Tribunal Constitucional, através do seu acórdão 700/2021, do congresso realizado em 2019 e que elegeu Adalberto Costa Júnior para presidente.

Quando Isaías Samakuva assumiu a liderança do partido, anunciou que estava marcada para a segunda quinzena deste mês uma reunião da Comissão Política, para fixar a data do seu XIII Congresso Ordinário, que vai eleger o novo líder desta força política.

A decisão havia sida confirmada no final de uma reunião do Comité Permanente, que avaliou o acórdão do Tribunal Constitucional que anulou o congresso de Novembro de 2019.

O Novo Jornal apurou junto da direcção da UNITA que vários secretários provinciais e outros membros que integram a Comissão Política do partido já se encontravam na capital País há alguns dias para participarem neste encontro decisivo.

A Comissão Política é composta por 251 membros efectivos e 55 suplentes e deve estar na condição, quando acabar a reunião de hoje, para aconselhar" uma data ao presidente do partido para a realização do XIII Congresso Ordinário.

Na base da anulação do congresso esteve o facto de Adalberto Costa Júnior, eleito no conclave de 2019 presidente da UNITA, ter concorrido à liderança do partido, segundo o TC, sem estar concluído o processo de renúncia da nacionalidade portuguesa.

Segundo o acórdão n° 700/2021, este acto viola a Constituição, a Lei e os Estatutos da UNITA.

Com a nulidade do Congresso, o TC decidiu que UNITA deve "manter a ordem de composição, competência, organização e funcionamento saída da direcção central eleita no XII Congresso Ordinário de 2015".

A direcção central da UNITA saída no XII Congresso Ordinário tem como presidente Isaías Samakuva, que agora retomou a liderança para enfrentar os desafios inerentes à organização do congresso e gerir o partido nesta que é fase mais complexa da sua existência desde a morte do líder fundador, Jonas Savimbi, em 2002, que levou ao fim do conflito armado.

A questão da existência de mais candidatos à liderança além de Adalberto Costa Júnior, apesar de se tratar de um Congresso Ordinário formalmente mas extraordinário pela forma como foi imposta a sua realização pelo TC, deve ser igualmente tema desta reunião.

Sabe-se que Isaías Samakuva já defendeu que, como é usual no partido, este conclave deve manter a existência de mais candidatos, condição que é rejeitada por uma parte do partido que entende ser Adalberto Costa Júnior candidato único como forma de demonstrar a unidade do partido face aos "ataques" do exterior, como é comummente considerado entre os militantes, que foi a decisão do TC.