Com esta decisão, se não houver alterações e se se confirmar a notícia dos três media públicos ou na esfera do Estado, a liderança da UNITA terá de ser reequacionada, estando em causa todos os actos decididos pela direcção de Adalberto da Costa Júnior desde a sua eleição até hoje.

A confirmar-se esta notícia, perspectiva-se um dos momentos mais incandescentes da política nacional desde o fim da guerra.

Antecipa-se igualmente forte movimentação nos corredores do maior partido da oposição angolana.

Em causa está definir o futuro do partido, que pode passar pela convocação de um Congresso extraordinário para breve desde que se confirme a anulação do XIII Congresso.

Esta notícia foi conhecida no dia em que a UNITA, ainda com Adalberto na liderança, formalizou a plataforma política ad hoc Frente Patriótica Unida, numa concorrida cerimónia pública, como o Novo Jornal noticiou aqui.

O Novo Jornal ouviu já dois dirigentes da UNITA que garantiram, todavia, que enquanto não houver um pronunciamento oficial por parte do TC, o partido não tomará qualquer iniciativa.

Estes dois dirigentes de topo do "Galo Negro" garantem ainda que não há nada oficial que permita dar como confirmada esta notícia.

Nelito Ekuiki, secretário provincial da UNITA em Luanda disse ao Novo Jornal que esta notícia divulgada hoje como foi pelos medias estatais é "mais uma manobra de distracção do MPLA e da sua máquina de propaganda do anúncio da criação das Frente Patriótica Unida".

Recorde-se que por detrás da eventual anulação do XIII Congresso da UNITA está a acusação que partiu de alguns dirigentes de segundo plano da UNITA de que Adalberto da Costa Júnior ainda tinha dupla nacionalidade, angolana e portuguesa, quando foi eleito.

No entanto, o presidente da UNITA sempre refutou esta possibilidade e garantiu que tinha abdicado da nacionalidade portuguesa antes de ser eleito presidente do partido em em Novembro de 2019.

A UNITA sempre considerou esta possibilidade como uma manobra e uma maquinação política.

Entretanto, o Novo Jornal tem um jornalista no TC para tentar obter uma confirmação para esta informação veiculada pelos media estatais e, até ao momento, nem sequer foi possível confirmar que teve hoje lugar uma reunião plenária deste Tribunal porque os funcionários presentes não aceitam avançar essa informação.