Sobreviventes do tumulto do dia 30 de Janeiro passado, em Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte, descrevem ao Novo Jornal o ambiente de tensão que se vive no bairro da Cambamba, palco do conflito entre manifestantes do Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT) e autoridades angolanas, com registos de várias mortes. Segundo os relatos, a zona vive um clima de incerteza, com familiares sem rasto sobre o paradeiro dos seus entes queridos e uma perseguição sem tréguas pelas forças da defesa e ordem a manifestantes, que se escondem em matas, ravinas e casebres.

O ambiente de suspense que paira sobre os manifestantes que defendem, desde 2006, as causas da independência da Lunda sente-se, ao telefone, na forma fria e visivelmente desconfiada como respondem ao convite a uma conversa com o NJ.

"Temos preferido não atender a chamadas. A Segurança [do Estado] está permanente atrás de nós e nunca sabemos quem é quem", explica o primeiro sobrevivente que aceita o convite para uma conversa, volvidos quatro tentativas de contactos frustradas.

Hesita quando questionado sobre os métodos para esquivar da perseguição das autoridades: "Não te posso dizer como continuamos vivos até agora. Alguns estão nas matas, uns nas ravinas e outros escondidos em casebres. Estamos muito inseguros. Corremos risco de vida. Desde sábado que temos sido alvos de uma perseguição sem tréguas realizada por todas as forças policiais e paramilitares do Governo de Angola, instaladas aqui em Cafunfo".

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, que disponibilizamos gratuitamente devido ao feriado do 04 de Fevereiro, Dia do Início da Luta de Libertação Nacional. Siga o link https://leitor.novavaga.co.ao)