O maior partido da oposição apresentou hoje um requerimento para um debate sobre o tratamento igual dos partidos políticos nos órgãos da comunicação social e pediu ao Executivo que ponha termo, "urgentemente", ao monopólio que o Estado detém na comunicação social, especialmente na televisão, e que nada contribui para a diversidade e o pluralismo.

"Exigimos à Comissão da Carteira e Ética o desempenho de um papel importante junto dos jornalistas incentivando-os a rejeitar a censura e a pautarem o seu trabalho pela isenção e o pluralismo", disse a deputada da UNITA Mihaela Webba, que foi quem apresentou o requerimento.

Para criar um bom ambiente político nas eleições de 2022, segundo a deputada, "as lideranças políticas devem promover o diálogo permanente e fazer discursos de unidade e reconciliação nacional que transmitam confiança".

"Em ano de eleições, o debate político pode atingir níveis de fricção elevados. É fundamental que as forças políticas concorrentes afirmem o seu compromisso constitucional com o Estado Democrático e de Direito", referiu

Para o efeito, de acordo com a deputada, "é necessário que a disputa eleitoral se faça em condições que garantam a igualdade de participação, respeito mutuo e observância do código de ética eleitoral", o que não é possível sem uma comunicação social estatal isenta, plural e respeitadora do que impõe a Constituição.

O deputado do MPLA João Pinto, disse, na ocasião, que não existe nos media do Estado programas que insultam dirigentes, ao contrário do que acontece na rádio Despertar propriedade da UNITA.

"A UNITA nunca pediu desculpas pelos erros cometidos ao longo da sua história. A sua rádio ofende dirigentes, o que não acontece nos órgãos do Estado", afirmou o deputado do MPLA, acusando o principal partido da oposição de estar a incentivar a desordem no País.

João Pinto reconhece haver algumas falhas nos órgãos da comunicação social do Estado, mas afirmou que está situação melhorou nos últimos tempos.

"Hoje notamos que a imprensa trata com imparcialidade as matérias dos partidos políticos, mas a UNITA não aceita", conclui.