A notícia é avançada pela Lusa, que cita a advogada de Tchizé dos Santos, Cármen Varela.
Segundo a agência portuguesa de notícias, "a equipa de advogados de Cármen Varela e Molins Defensa Penal denunciou igualmente a "pressão" do Governo de Angola, que fez viajar para Barcelona vários dos seus membros, juntamente com o Procurador-Geral da República, para levar o corpo para Angola e celebrar um funeral de Estado contra a vontade do ex-Presidente de ser sepultado em Barcelona".
Esta decisão das autoridades espanholas vem alterar, ou, pelo menos, adiar, visto que a autóopsia ainda não tem data marcada, os planos do Governo angolano.
O Presidente da República, João Lourenço, que criou uma comissão para para organizar a cerimónia fúnebre de José Eduardo dos Santos, afirmou que o seu antecessor "terá o funeral a que tem direito enquanto Chefe de Estado".
"O nosso foco está virado para a realização das exéquias e o País não tem competência para impedir que um cidadão angolano que esteja a viver no exterior possa regressar ao seu próprio País", declarou, questionado sobre se a família do ex-Presidente enfrentaria algum tipo de constrangimento se pisasse solo angolano.
"Não importa as circunstâncias. Se tivermos em conta as actuais circunstâncias, por maioria de razão, não vemos porque era zão a família que está lá fora não acompanhe o seu ente querido. Portanto, nós estamos a contar com a presença de todos sem excepção de ninguém", afirmou o Presidente.
Até a esta hora não há qualquer informação sobre o local onde será realizado o funeral do ex-Presidente, mas há meios de comunicação, nomeadamente o português Jornal de Negócios, que dão conta que as filhas mais velhas do ex-Presidente, Isabel e Tchizé, interpuseram uma providência cautelar para impedir que o corpo pai saia de Espanha.
De lembrar que Isabel dos Santos, a filha mais velha do ex-Presidente, está formalmente constituída arguida em Angola.