O ministro da Defesa e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade", disse que José Eduardo dos Santo passou toda a sua juventude ao serviço de Angola, por isso, a sua morte é um "golpe" para o País.
"Um homem tolerante, de paz, de bem, um homem de reconciliação nacional. São essas as qualidades do homem que acaba nos deixar", afirmou ao Novo jornal João Ernesto dos Santos "Liberdade".
"Os angolanos nunca vão esquecer os feitos de José Eduardo dos Santos", resumiu.
O reverendo Luís Nguimbi destacou a figura de José Eduardo dos Santos, frisando que "foi uma figura que lutou sempre para a pacificação do País".
"O momento do luto é uma das fases mais dolorosas que as famílias podem enfrentar, mas deixamos uma mensagem de esperança, fé, para animar a família", disse o reverendo, destacando que José Eduardo dos Santos governou o País em alguns momentos difíceis.
O deputado da UNITA, Ernesto Mulato, disse que o momento é de dor e luto para todos os angolanos com o desaparecimento físico do ex-Presidente, José Eduardo dos Santos.
"É um patriota que desapareceu. Devemos estar solidários com a família enlutada", referiu Ernesto Mulato.
O nacionalista André Bende diz que todas as pessoas erram e os angolanos devem esquecer as más acções do passado e olhar para as boas obras que fez José Eduardo do Santos.
"Temos acompanhado nos últimos tempos às acusações das filhas Isabel e Tchizé dos Santos à mulher do ex-Presidente, Ana Paula dos Santos. Este ambiente deve acabar já", aconselhou, salientando que o Executivo deve esquecer alguns processos jurídicos em curso contra a família do ex-Presidente.
"Nesta hora de dor e luto temos de estar unidos. Vamos esquecer algumas coisas que ele fez e que muitos não gostaram", acrescentou.
O antigo combatente Armindo Cunha Ngueve disse que durante a administração de José Eduardo dos Santos a vida dos angolanos nunca ficou como está agora com milhares de pessoas a comer nos contentores.
"Mesmo quando o País estava em guerra, nunca chegámos a atingir este ponto. José Eduardo dos Santos era um homem muito atento à alimentação dos cidadãos", descreveu este coronel na reserva que espera "boas negociações" com a família para que José Eduardo seja enterrado "com dignidade" em Angola.
O ancião Fernando Baião Japonês, que era amigo do irmão de José Eduardo dos Santos, Avelino dos Santos, recordou que o antigo Chefe de Estado conseguiu perdoar os seus adversários políticos e trazer a paz definitiva aos angolanos.
"Ele dedicou a sua vida inteira à causa da Nação angolana e conseguiu assumir com elevado sentido de responsabilidade os destinos do País em guerra", aponta, salientando que o antigo Presidente se manteve sempre "flexível, sereno e disposto ao diálogo com todas as pessoas".
O antigo Presidente angolano morreu aos 79 anos de idade.
José Eduardo dos Santos chegou ao poder em Setembro de 1979, na sequência da morte do Primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.
Ocupou as funções de Presidente da República durante 38 anos, até Setembro de 2017, altura em que foi sucedido pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.
Além de Presidente da República, foi Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e presidente do MPLA, partido que governa o País desde a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Da sua ficha política consta, ainda, o cargo de ministro das Relações Exteriores, e outras funções no Estado e no MPLA.
Conduziu o processo que culminou com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência da morte do então líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.