Em declarações aos jornalistas, o presidente da comissão de gestão da Cruz Vermelha de Angola (CVA), Baltazar Mateus Pedro, disse desconhecer a decisão sobre a indicação do então vice-presidente do Conselho Executivo, Elias Piedoso Chimuco, para o cargo de presidente interino daquela instituição humanitária.

"Tivemos conhecimento da informação através das redes sociais. É inconstitucional, uma vez que ele fazia parte da direcção eleita em 2006 e que já deveria ter cessado em 2012", disse aos jornalistas Baltazar Mateus Pedro, salientando não haver "nenhum documento oficial sobre a indicação de Elias Chimuco ao cargo de presidente interino".

"Elias Chimuo aceitou o cargo não para resolver os problemas da CVA, mas para se servir dela através do património que possui", acusou, revelando que por falta de estratégia da direcção e aliada à falta de salários há 13 meses, a CVA não consegue participar na campanha contra a malária que assola o País.

"A comissão de gestão vai continuar a trabalhar para a realização da quarta assembleia-geral em Agosto próximo, em Luanda", anunciou a fonte, acrescentando que "nesta altura será elaborado o plano estratégico da organização para os próximos cinco anos".

A comissão de gestão foi criada em Fevereiro deste ano com o objectivo de tirar a Cruz Vermelha da crise em que se encontra.

Recorde-se que, no mês passado, Isabel dos Santos anunciou a sua "indisponibilidade" para continuar a exercer o cargo de presidente da Cruz Vermelha de Angola, que ocupava há 12 anos.

Numa carta enviada ao Conselho Executivo Nacional, no dia 5 de Abril, Isabel dos Santos informava que assinalou o nome de Elias Piedoso Chimuco, actual vice-presidente, para ocupar o cargo de presidente interino até nomeação formal de um novo presidente da Cruz Vermelha de Angola.

Nessa carta, Isabel dos Santos dirigiu igualmente algumas linhas a todos os trabalhadores e voluntários da Cruz Vermelha de Angola, a quem agradeceu pelo empenho e dedicação a esta grande causa e terminava agradecendo a todos os que nela confiaram para o exercício do cargo.