Este anúncio, feito pelo secretário de Estado para a Saúde Pública angolano, Franco Mufinda, quando o mês de Agosto chegou ao fim ficando para a história como o mês com mais casos no País até agora.

Mais de metade das infecções em Angola, 1.506 das 2.729, foram notificadas em Agosto, tendo sido igualmente este o mês com mais de 50% dos óbitos, 56.

Com os dois pacientes registados no Huambo, Angola conta agora com 2.729 casos, 75 registados na terça-feira, o que significa que as infecções estão num crescendo, como Franco Mufinda também sublinhou, e 109 mortes.

Actualmente, e ao fim de cinco meses passados desde que o primeiro caso de contaminação por SARS-CoV-2 foi registado no País, e depois de o novo coronavírus ter chegado ao Huambo, das 18 províncias angolanas, apenas o Namibe e o Cuando Cubango continuam livres da pandemia.

OMS apoia reabertura das economias mas com muito cuidado

"Se os países estão seriamente a pensar em reabrir as suas economias, então têm igualmente de estar seriamente empenhados em suprimir a transmissão da Covid-19 e salvar vidas", disse o director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) a propósito do abrangente movimento global de regresso à normalidade possível.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, na última comunicação que fez ao mundo, já esta semana, reafirmou, a partir de Genebra, Suíça, que se os países apostarem numa "reabertura", a OMS apoia, mas deixou um recado: "Sem um controlo eficaz, a reabertura será uma receita para o desastre".

E não deixou de defender que é possível conciliar a reabertura com o cuidado que defende, apontando como solução travar a transmissão do novo coronavírus, controlando os focos de contágio de forma imediata e eficaz.

A receita para o controlo que a OMS propõe, segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, é evitar a concentração de pessoas em grande número, porque o SARC CoV2 é um vírus que se transmite de forma fácil e célere, apontando como exemplos as discotecas, os estádios ou as igrejas.

Mas não deixou de sublinhar que os países podem e devem avançar para a reabertura das suas economias, desde que o seu lema e prioridade sejam a protecção dos mais expostos, como os mais velhos e debilitados e a "Prevenção, prevenção, prevenção".

O "chefe" da OMS notou ainda que alguns locais se estão a revelar propícios ao contágio e são desaconselhados, como navios de carga, barcos de pesca e hotéis, propondo alternativas, o que pode ser entendido como um recado aos países que estão a apostar em quarentenas forçadas em unidades hoteleiras.

Mundo

De acordo com os dados actualizados ao minuto pelo site interactivo da Universidade John Hopkins, estão contabilizados, até às 10:00 de hoje, 25.761.430 casos e 857.263 mortos, com os EUA a liderar em número de infecções, 6.075.652 e 184 689 mortos, seguindo-se o Brasil, com 3.950.931 casos e 122.596 óbitos e a Índia, que já vai em 3.769.523 e 66.333 mortos.

Em África, e em 6º lugar mundial, está a África do Sul, que lidera este ranking africano, de longe, com 628.259 e 14.263 mortes, embora existam muitas dúvidas sobre a veracidade destes números, que organismos internacionais admitem, tal como organizações locais, que podem ser largamente superiores.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta ou perda de paladar e de olfacto, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.