Numa reunião realizada ontem em Genebra, na sede mundial da OMS, o comité de emergência desta agência das Nações Unidas concluiu que não estavam reunidas as condições para lançar um alerta para o risco de internacionalização da epidemia que foi declarada a 01 de Agosto.

Apesar de a epidemia já ter matado 139 pessoas e estarem confirmadas 216 contaminações, de esta estar a evoluir numa zona de conflito entre guerrilhas, milícias e as Forças Armadas da RDC, com risco agravado para as equipas médicas no terreno, o comité de emergência da OMS decidiu não lançar o alerta internacional porque não existem casos confirmados nos países vizinhos, nomeadamente o Uganda e o Ruanda, países que confinam com as províncias do Kivu Norte e Ituri, onde a doença está implantada.

Segundo o presidente deste comité de emergência, Robert Steffan, as equipas no terreno, internacionais e nacionais, têm conseguido controlar a epidemia e existe a convicção de em breve, "num tempo razoável", esta epidemia estará controlada.

Citado pelas agências, Robert Steffan explicou que uma declaração de emergência internacional poderia criar complicações para o movimento de equipas internacionais para o terreno, bem como provocar problemas acrescidos para as comunidades, nomeadamente ao nível do comércio.

Todavia, a OMS recomenda que sejam colocados equipamentos de detecção nos aeroportos, portos e postos fronteiriços com conexões às áreas afectadas.

E foi feito um aviso especial para os nove países vizinhos da RDC, incluindo Angola, de que estão em risco elevado de contágio, sendo necessário aumentar os mecanismos de prevenção, anunciando que a OMS vai apoiar estes países com equipamento e pessoal especializado, para os quais foi lançado um pedido de financiamento internacional devido aos elevados custos de tamanha operação.

Face a esta recomendação do comité de emergências internacionais, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já tornou público que vai ser aceite, mas sublinhou que vão ser tomadas medidas para ocorrer a qualquer alteração das condições noterreno.

Uma das garantias de que esta epidemia pode ser controlada é a distribuição de milhares de vacinas que, apesar de ainda em fase de testes, já se verificou a sua eficácia em anteriores epidemias, como a de Maio, na província congolesa do Equador, ou ainda em 2013/14, na África Ocidental, onde foram decisivas no controlo da vasta epidemia de ceifou mais de 11 mil pessoas na Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacry.