Segundo Luís Nunes, apenas cinco famílias recusaram o realojamento do Estado no projecto Mayé-Mayé e são esses os moradores que estão a criar constrangimentos ao processo.

Conforme o governante, não já dúvidas que o Lote 1 do Prenda vai ser demolido, brevemente, e todas as famílias estão avisadas.

"Quase todas as famílias do Lote 1 do Prenda já foram realojadas no Mayé-Mayé, apenas cinco famílias recusaram o realojamento naquele projecto, mas todas já estão realojadas. Essas cinco famílias é que estão a resistir", afirmou o governante, em declarações à imprensa, no final de uma jornada de trabalho no município do Rangel.

Entretanto, os moradores dizem que as afirmações do governador Luís Nunes não correspondem à verdade, porque nenhuma família desalojada, há dois anos, está realojada no Mayé-Mayé.

Segundo os moradores, as 41 famílias desalojadas continuam a sua sorte, ou seja, nunca foram realojadas.

Os moradores dizem que todos recusaram ser realojados no Mayé-Mayé, porque as residências daquele projecto habitacional não oferecem condições.

Entretanto, o Novo Jornal soube junto dos moradores que o GPL convocou a comissão de moradores do edifício a ser demolido nos próximos dias, segundo as autoridades, para um encontro na sede do GPL esta sexta-feira.

Inicialmente esse encontro estava marcado com a administração municipal da Maianga, mas foi assumida agora pelo GPL, segundo apurou o Novo Jornal.

No mês passado, o GPL, através da administração municipal da Maianga, notificou os moradores para em 15 dias retirarem os seus pertences do prédio, alegando que será demolido a 15 de Maio, o que não veio a acontecer.

Ao Novo Jornal, a comissão de moradores do edifício 1 do Prenda disse que ninguém cumpriu a orientação da administração da Maianga, porque não têm sítios para colocar os pertences, visto que não estão realojados.

Segundo a comissão de moradores, continuam à espera de realojamento e não percebem porque que é que vão demolir o edifício sem antes realojarem os moradores.

"Não fomos notificados, apenas fomos avisados que temos de desocupar o edifício", lamentam.

Conforme o Laboratório de Engenharia de Angola (LEA) o estado do edifício é considerado grave e os 12 pilares que sustentam o prédio de quatro andares já estão falidos.

O Presidente da República, João Lourenço, ordenou a abertura de vários procedimentos de contratação emergencial e autorizou o ministro das Obras públicas, Urbanismo e Habitação a provar todas as peças do procedimento e a celebrar os respetivos contratos, como noticiou o Novo Jornal em Outubro de 2023.

Sendo assim, o lote 1 do Prenda vai ser demolido para dar lugar a um novo edifício. O Governo vai gastar 1,2 milhões USD para deitar abaixo o velho prédio e mais de 20 milhões USD para reerguer o novo.