Feito à base de sal e barro queimado, o mabelé, uma espécie de aperitivo com o nome originário em lingala, apesar dos riscos que acarreta para a saúde, tornou-se numa "droga" para os seus consumidores, sobretudo mulheres grávidas, que dizem ser difícil largar o vício de comer terra salgada, por alegadamente ajudar no combate contra náuseas e vómitos.
Entretanto, especialistas ouvidos pelo Novo Jornal alertam que o consumo de mabelé pode causar obstrução dos intestinos e trompas, inchaço no abdómen, anemia aguda, deficiência de zinco, palidez da pele, dificuldades respiratórias, infertilidade secundária e possíveis abortos em mulheres grávidas. Os médicos, que são unânimes nas suas abordagens, desaconselham o consumo de barro, por se tratar de um elemento nocivo que pode causar morte.
Por exemplo, Domingos Cristóvão, especialista em Saúde Pública, adverte que o mabelé não é um produto comestível, por se tratar de um lodo no qual podem ser encontrados variedades de vermes ou parasitas que, ao serem digeridos, trarão ao organismo consequências perigosas a longo ou curto prazo. "O barro não é alimento e não contém micronutrientes para o nosso organismo. Aliás, só traz consequências como uma peritonite ou ruptura do intestino grosso, que, quando não for detectada, pode levar à morte", alerta, acrescentando que "as pessoas que consomem regularmente o mabelé se destroem a cada dia sem se aperceberem".
(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)