Mendes de Carvalho nasceu em 29 de Agosto de 1924, em Calomboloca, município de Icolo e Bengo, província de Luanda.
Em 1959 foi preso pela polícia política portuguesa PIDE e enviado para o campo de concentração de Tarrafal, em Cabo Verde, onde permaneceu entre 1962 e 1970, e onde começou a escrever.
Depois da independência de Angola, em 1975, foi eleito membro do Comité Central do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), comissário provincial (governador) de Luanda, ministro da Saúde, embaixador de Angola na ex-República Democrática Alemã e deputado à Assembleia Nacional.
Na sua obra, que críticos literários consideram integrar uma "forte componente de crítica política e social", destacam-se dois títulos, "O Ministro" (1989) e "Cultos Especiais" (1997), publicados depois da independência de Angola e que se assumem como "uma sátira ao culto da personalidade e ao comportamento dos políticos".
Escritor prestigiado em Angola e no estrangeiro, as suas obras encontram-se traduzidas em várias línguas.
Escreveu os seguintes títulos: "O Meu Discurso" (1974); "Mestre Tamoda" (1974); "Bola com Feitiço" (1974); "Manana" (1974); "Vozes na Sanzala" (Kahitu) (1976); "Mestre Tamoda e outros contos" (1977); "Maka na Sanzala" (1979); "Sobreviventes da Máquina Colonial Depõem" (1980); "Discursos do Mestre Tamoda (1984)"; "O Ministro" (1989) e "Cultos Especiais" (1997).
Uma das suas últimas intervenções sociais foi a assinatura de uma carta aberta dirigida em março de 2012 ao Presidente angolano José Eduardo dos Santos, juntamente com outros escritores e políticos, em que expressava a sua "preocupação e indignação" pela repressão policial sobre manifestantes antigovernamentais.
Acompanharam-no nessa carta aberta o também escritor e Prémio Camões em 1997, Pepetela, e o ex-primeiro-ministro e ex-secretário-geral do MPLA, Marcolino Moco.
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