"Apesar dos esforços empreendidos para garantir o controlo da sua população animal, precisa-se de mais apoios, entre os quais financeiro, para que o projecto de conservação desta espécie exótica, lançado em 2009, seja um sucesso", sublinhou o responsável.
Em entrevista à Angop, Abias Huoungo, manifestou profunda preocupação com as Palancas que se encontram na reserva natural integral do Luando, onde existiam as principais populações desta espécie.
Sem avançar dados sobre casos de mortes registados deste animal, Abias Huongo referiu que as ameaças são contínuas nesta região, uma acção tão perigosa para a sobrevivência da pouca quantidade de Palancas que ali ainda sobrevivem.
Fez saber que armadilhas especificas para a caça deste animal foram encontradas na reserva integral do Luando, e em meados de 2014, uma fêmea da Palanca Castanha foi abatida por um caçador furtivo no Parque Nacional de Cangandala, na província de Malanje, além de outras ocorrências como, ferimento de algumas que escaparam do abate.
Quanto a reprodução da Palanca confinada no santuário do Parque Nacional de Cangandala, referiu que a sua procriação continua e hoje conta com um total de 40 animais, incluindo crias muito jovens.
Segundo afirmou, o projecto de reprodução deste animal teve início em 2009, altura que começaram as sondagens no Parque de Cangandala, uma operação que resultou na captura de sete fêmeas e um macho.
Admitiu que o nível de reprodução ainda não é satisfatório, mas o número actual representa o resultado do trabalho árduo que se tem feito com vista a retirar a zona da lista de extinção desta população animal no Parque Nacional de Cangandala.
Segundo Abias Huongo, o número de Palancas controladas tanto no Parque de Candangala como na reserva natural integral do Luando encontra-se abaixo de 200, contra os dois mil animais controlados no tempo colonial.
"Um conjunto de estudos continuam a ser desenvolvido a volta da Palanca Negra Gigante, como os casos das salinas e sua importância para a sobrevivência, como forma de obtenção de nutrientes importantes para alimentação da Palanca e outros animais ai estabelecidos, melhoramento do conhecimento da espécie em termos do seu habitat, convivência com outras espécies, comportamento do animal, entre outros sublinhou.
A caça furtiva é sem duvida um dos grandes problemas, mas o sector continua a buscar outras soluções para acabar com este mal, bem como a destruição do habitat é outra ameaça frequente sobre a qual todos devem colaborar desde instituições públicas e a população.
No que concerne a protecção e conservação das espécies cuja caça é proibida, o Ministério do Ambiente pós a circular um comunicado, segundo o qual, os caçadores furtivos e outras pessoas singulares que forem surpreendidas com animais e carne de animais cuja caça é proibida incorrem a multas correspondentes a 300 e 600 mil Kwanzas, além de serem responsabilizados criminalmente.
Além das medidas referidas, o Ministério do Ambiente iniciou o processo de vedação do Parque Nacional de Cangandala para pôr cobro a situação e melhor controlar o Parque Nacional.
O reforço das técnicas de fiscalização, distribuição do pessoal em postos fixos e o reforço da gestão, continuam a ser métodos introduzidos, para a protecção do animal.
Ainda para a reserva integral do Luando, Abias Huongo defendeu a necessidade de se estimular o trabalho dos pastores da Palanca por forma a tornar a sua actividade mais oficial em função dos objectivos preconizados pelo Estado no processo da sua recuperação.
Nesta reserva integral a as manadas são controladas por monitoramento de câmaras e GPS, assim como a actividade de fiscalização efectuado pelos pastores ali confinados.
A protecção deste animal na reserva do Luando conta com o apoio das administrações municipais e comunais, Fundação Kissama e singulares.
Angop/NJ