Os planos do Governo incluem ainda a recontagem do número de palancas negras gigantes. Segundo o coordenador do projecto de conservação da palanca negra, Pedro Vaz Pinto, esta decisão foi tomada tendo em conta as constantes ameaças verificadas nos últimos anos sobre esta espécie animal, nomeadamente a caça furtiva – com a utilização de armas de fogo, armadilhas de laço e ratoeiras de ferro, que têm estado a causar mortes e mutilações.
"Pretendemos reforçar as medidas de gestão e fiscalização em ambas as reservas – Luando e Cangandala, ambas em Malanje – bem como a elaboração e implementação dos respectivos planos de gestão, visto que sem gestão efectiva e visão de médio e longo prazo não há protecção nem futuro para a palanca", defende Pedro Vaz Pinto, citado pela Angop.
"Uns incríveis 20 por cento de animais adultos capturados ou fotografados apresentam ferimentos graves causados por armadilhas", lamenta Pedro Vaz Pinto, salientando que o número de palancas existentes nessas duas áreas de conservação (Luando e Cangandala) deve chegar aos 160 animais, contra os quase dois mil contabilizados por volta de 1970.
Além do foco na protecção da palanca gigante, o Executivo estende os seus projectos para 2016 à ampliação das áreas de conservação, e realização de expedições de investigação para o descobrimento de novas espécies animais no país.
Em nota de imprensa alusiva ao Dia Internacional da Vida Selvagem, que hoje se comemora, o Ministério do Ambiente sublinha que, em consonância com as políticas e estratégias da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), tem realizado um conjunto de esforços para alinhar e tornar inclusiva a sua estratégia de protecção da vida selvagem.
O levantamento do número de elefantes em Angola, o estudo da sobrevivência da chita, o estudo sobre a tartaruga marinha e sua nidificação ao longo da costa angolana e o estudo sobre os répteis do Parque Nacional do Iona estão igualmente sobre a mesa.
"Além destas acções, que têm sido realizadas de forma bastante exitosa, foram elaborados e publicados vários decretos-lei que concorrem para o abrandamento da degradação ambiental e exploração ilegal de produtos da biodiversidade", lê-se no documento.
As iniciativas em curso são, segundo o Ministério do Ambiente, a reafirmação do compromisso de Angola na luta pelo controlo do comércio internacional de espécies ameaçadas, bem como na luta contra o tráfico regional e internacional, em colaboração com outras instituições congéneres.