A notícia, que faz a manchete da edição, salienta que a Zâmbia vai iniciar a construção de uma linha ferroviária que vai ligar Chingola, no coração da antiga província de Copperbelt, à fronteira de Angola, onde se junta ao caminho-de-ferro de Benguela.
"A linha ferroviária vai ser construída numa parceria entre os sul-africanos da Grindrod e os zambianos da Northwest Rail Company e tem duas fases: uma que se estende desde Chingola até às minas de Kansanshi, Lumwana e Kalumbila (uma via de 290 quilómetros) e outra que vai ligar à linha de Benguela na fronteira da Zâmbia com Angola, perto de Jimbe", escreve o Jornal de Angola.
Para leste, outra ligação está a ser feita com Moçambique, acrescenta.
"Quando o projecto estiver concluído, a zona austral do continente vai passar a ter uma linha ferroviária a ligar o Oceano Atlântico (Angola) ao Índico (Moçambique)", sublinha-se no texto.
O objectivo é abrir um corredor directo até ao Lobito, para permitir que a Zâmbia, um país sem saída para o mar, importe produtos como o petróleo, directamente de Angola.
O Jornal de Angola recorda que o Presidente zambiano, Michael Sata, anunciou recentemente a disponibilização de 120 milhões de dólares (87 milhões de euros) à empresa pública do sector para dinamizar o processo de reabilitação das linhas ferroviárias do país, iniciado em Setembro de 2013.
Aquela verba faz parte do pacote global de 750 milhões de dólares negociados em 2012.
Do lado angolano, o comboio chega ao Luau, na fronteira com a República Democrática do Congo, desde Dezembro de 2013, ao fim de um processo de reabilitação e modernização do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) de 1.344 quilómetros de linhas ferroviárias que ligam o porto do Lobito ao Luau.
Ao longo deste percurso empresas chinesas construíram ou reabilitaram 107 estações e 35 pontes, tendo o projecto das obras orçado em 180 mil milhões de kwanzas.
O Jornal de Angola destaca que a circulação dos comboios de passageiros e mercadorias começa em Abril.
"O restabelecimento do CFB até à fronteira leste volta a dar ao Porto do Lobito o seu estatuto de porta de entrada e saída de mercadorias e passageiros do interior do país e, também, dos países vizinhos sem acesso ao mar", acentua o diário.
O Jornal de Angola salienta ainda que o CFB está a preparar a introdução de locomotivas para explorar as potencialidades turísticas ao longo do percurso de 1.344 quilómetros.
Lusa / Novo Jornal