Para sair deste quadro, o INAARES está há meses a fazer a avaliação dos cursos relativamente ao currículo, empregabilidade, corpo estudantil, infra-estruturas, laboratórios, entre outras componentes, "para que o País tenha instituições com qualidade".

Esses dados foram avançados pelo director do INAARES, Jesus Tomé, esta quinta-feira, 27, durante um debate radiofónico na Rádio Nacional de Angola (RNA), onde este responsável afirmou que o processo de avaliação externa conta com a participação de 275 especialistas estrangeiros, espalhados por 14 províncias.

"O INAARES iniciou, este mês, a segunda fase do processo de avaliação externa de 116 cursos de saúde ministrados em 50 instituições de ensino superior, localizadas em 14 das 18 províncias do País", descreveu.

Conforme o responsável do INAARES, as instituições que não forem acreditadas neste processo terão dois anos para melhorarem todos os indicadores. É esse o caso da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto (UAN), que está proibida pelo INAARES de receber, durante dois anos, novos estudantes para os cursos de medicina e de saúde, como noticiou o Novo Jornal no passado mês de Março.

A UAN, por sua vez, diz que já começou a trabalhar para conformar as irregularidades detectadas pelo INAARES durante o processo de avaliação dos cursos de medicina e de ciências de saúde.

Segundo a UAN, para ultrapassar esta situação, arrancaram as obras de construção do hospital universitário no Campus Universitário do Camama, uma das exigências do processo de avaliação e acreditação.

Segundo Jesus Tomé, Angola era, até ao ano de 2018, um dos poucos países, ao nível de África e do mundo, que não avaliava as suas instituições de ensino superior, daí a sua "péssima qualidade de ensino".