Boa parte da população do município do Bailundo, província do Huambo, continua a consumir água das cacimbas, situação que, segundo os moradores, pode estar na base do excesso de febre tifóide na região.

De acordo com os populares ouvidos pelo Novo Jornal, o Bairro 11, na Vila, é dos poucos privilegiados, onde ainda há residências que beneficiam de fornecimento de água.

Florência Nandulo, residente na Kalueyo, manifesta-se agastada com a situação e considera haver uma espécie de irresponsabilidade da parte do Governo. Disse não perceber como as autoridades permitem que zonas como o Bailundo, dada a dimensão e a história, permanecem sem fornecimento de água.

"Já não tenho água canalizada em casa e, ainda por cima, tenho de andar mais de dois quilómetros para acarretar na cacimba. O consumo desta água está a provocar febre tifóide à população, e o hospital não ajuda em nada", acusa.

À jovem Florência, juntam-se outras vozes. Ricardo Katchipondo, de 27 anos, lamentou pela esposa [dado que ele se levanta cedo para ir ao local de trabalho], que tem de fazer "grandes percursos" para garantir água à família, mesmo sendo líquido "impróprio para o consumo". "Eu nem conheço a governadora provincial nem sei se ela sabe que não temos água. Gostava de que o Governo resolvesse a nossa triste situação o mais breve possível", apela Ricardo.

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