O Novo Jornal apurou que a direcção da Rádio Morena está a aguardar, um sinal da Socop, gestora das rádios no grupo empresarial GEFI, propriedade do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem já o conhecimento da situação.

Não existe uma data para o pagamento dos salários.

A confirmação da greve foi avançada esta terça-feira ao Novo Jornal por um funcionário que preferiu falar em anonimato e garantiu que, para além dos atrasos salariais, os funcionários encontram-se em situação limite no que diz respeito às dificuldades sociais geradas por esta situação.

"A empresa deixou de pagar os salários no ano passado e também deixou de pagar os subsídios de férias referentes ao ano em curso, bem como o décimo terceiro mês", disse. Um grupo de funcionários viu os seus contratos laborais suspensos pouco antes do início da greve.

A fonte avançou ainda que há muito tempo que a direcção da rádio não faz actualizações nos salários dos trabalhadores.

"Os nossos salários não são actualizados há bastante tempo, não sabemos onde recorrer e nem temos esperança que haja uma luz no fundo do túnel", afirmou, sublinhando que a paralisação será por tempo indeterminado mas os serviços mínimos estão assegurados como, por exemplo, a emissão de publicidade e a emissão de música em continuação.

Sobre à falta de condições de trabalho, segundo a fonte, em causa está a falta de computadores, gravadores e um emissor para garantir melhor qualidade de som.

"Ficamos envergonhados quando vamos fazer uma cobertura. Os nossos equipamentos de trabalho são velhos, a Rádio Morena não acompanhou o progresso, continua parada no tempo", referiu, salientando que a maior receita financeira angariada pela estação radiofónica garantida pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) "devido ao espaço de antena que tinha três dias por semana.

"A IURD foi o principal parceiro comercial, durante vários anos, mas isso foi cortado devido aos problemas que esta igreja está a viver em Angola".

Perante este cenário, o Novo Jornal contactou o director geral da Rádio Morena, José Lopes, que admitiu haver legitimidade para uma greve e avançou que existem esforços para reverter o quadro que a estação radiofónica está a atravessar.

"Estamos a procurar uma solução para ultrapassar está situação. Não sou de opinião que a paralisação seria a solução", garantiu, salientando que o problema da Rádio Morena é conjuntural e argumentou que a direcção da Rádio está sem dinheiro.

"E sem dinheiro não conseguimos criar melhores condições de trabalho para os nossos funcionários", disse.