Segundo a imprensa local, que avançou a notícia, os motivos não foram avançados pela Organização Não Governamental (ONG) de desminagem Hallo Trust, que opera na região.

Os explosivos estavam numa lavra onde eram cultivados vários produtos agrícolas, nas bermas do troço rodoviário que liga a sede municipal do Cuemba à comuna do Munhango.

A operação dos especialistas da ONG de desminagem Hallo Trust só foi conseguida com a intervenção do administrador municipal, Baptista Canõlossi Jambela Albino, que alertou o agricultor sobre o perigo das minas.

A ONG Hallo Trust adiantou que muitos populares, mesmo sabendo da existência destes objectos, não comunicam às autoridades.

" Alguns tentam retirar possível mercúrio de dentro dos engenhos, o que tem causado muitos acidentes, que às vezes resultam em morte", disse à imprensa o supervisor da equipa de desminagem da Hallo Trust no Cuemba, Mário João, admitindo tratar-se de um campo minado durante o conflito armado no país.

A equipa de sapadores da "Hallo Trust" efectua trabalhos de desminagem nesta zona, de forma a garantir segurança na circulação de pessoas e bens, bem como permitir os trabalhos de asfaltagem desse troço.

Neste momento a área foi vedada, para conclusão dos trabalhos de clarificação.

Recentemente, o oficial de campo desta organização no Bié, Seb Haddock, adiantou pretenderem limpar, ainda neste ano, 20 campos ainda minados com vários engenhos explosivos.

O responsável realçou que, brevemente, vão reforçar os trabalhos de desminagem com uma equipa mecânica, de modo que, até Janeiro de 2025, seja entregue o troço entre a localidade do Lusselei e a sede municipal do Cuemba.

A Ong The Halo Trust trabalha no Bié há quase 30 anos. Durante este período já limpou 551 campos, que estão a servir para agricultura e zonas habitacionais.

Ao longo do ano de 2023, cerca de 17 campos ficaram livres de minas e outros engenhos explosivos. Durante este período, 130 minas diversas foram desactivadas e destruídas nos municípios do Cuito, Andulo, Cunhinga, Camacupa, Catabola e Cuemba.

No mesmo ano, as operadoras de desminagem conseguiram igualmente destruir 297 engenhos explosivos não detonados, bem como 2.507 munições de pequenos calibres.

Quanto aos acidentes, nove pessoas morreram e quatro outras ficaram feridas, durante o ano de 2023, em consequência de acidentes com minas e manuseamento ilícito de engenhos explosivos não detonados.

Já em Fevereiro deste ano, cinco pessoas morreram na aldeia Epongoloco, município do Cunhinga, após accionarem uma mina anti-tanque.

Na província do Bié, o trabalho de desminagem e de sensibilização da população contra o perigo das minas estão a ser efectuados pelo Centro Nacional de Desminagem (CND) e a Organização Não Governamental Britânica Halo Trust.