O diálogo entre o SINPROF e o Governo foi interrompido depois de o Executivo apresentar uma proposta de 7,5% para os subsídios, muito abaixo dos valores que os professores consideram justos.

Segundo o sindicato, o Governo, representado por três departamentos ministeriais, avançou com uma proposta de 7,5 por cento", muito diferente da que tinha sido proposta: "uma alteração de subsídios na ordem dos 22 por cento".

"Depois da aprovação que nos foi apresentada de alteração dos subsídios nós entendemos que não tínhamos condições de continuar a discutir os demais pontos", esclareceu o secretário-geral do SINPRO, afirmando que o Governo apresentou uma proposta "insultuosa".

"Os sectores da saúde, as carreiras da saúde e do ensino superior têm uma pauta de subsídio de até 45 por cento, os professores no ensino superior têm até 60 por cento e nós só temos 23 por cento para os técnicos superiores e 28 por cento para os técnicos médios, não entendemos a razão dessas assimetrias", defendeu Admar Jinguma em declarações à Lusa

O Governo, segundo o sindicalista, fundamenta a proposta de 7,5 por cento com o nível do impacto financeiro, que "seria muito grande".

"Impacto financeiro que só existe quando somos nós, porque para as outras áreas esse impacto financeiro se calhar não é analisado", afirmou, reforçando que o salário de dois mil técnicos médios da Administração Geral Tributária serve para pagar 17 mil técnicos médios no sector da educação.

Durante a reunião que foi entretanto suspensa foi igualmente discutido o ponto relativo ao subsídio de isolamento. Sobre esta matéria, diz o SINPROF, o Executivo garante que "o trabalho continua a ser feito, que no final do primeiro trimestre, parece que o diploma que regula a matéria será aprovado e depois vamos aguardar apenas pela implementação.

"Aqui também não há grande novidade, porque é a mesma ladainha", declarou.

Caso as negociações não avancem até 23 de Janeiro, a programação da greve será cumprida.

"Continuamos a fazer boa-fé, temos mais oito dias, e obviamente depois desses oito dias se as propostas continuarem assim então os professores já não terão outra alternativa, vão continuar a materializar a medida mais extrema", referiu.