O conhecido "caso Lussaty" tem arrolados 49 arguidos e mais de 200 declarantes no processo, entre os quais os generais Hélder Vieira Dias "Kopelipa", Serqueira João Lourenço (irmão do Presidente João Lourenço), Eusébio de Brito Teixeira, João Chindande, Inocêncio Yoba e Higino Carneiro.
Tendo em conta o número de arguidos e de declarantes no mediático caso, o Tribunal Provincial de Luanda decidiu transferir as sessões de discussão e julgamento para o Centro de Convenções Talatona.
Pedro Mutindi, uma alta figura do partido MPLA, faz igualmente parte da lista dos declarantes no processo.
Segundo uma fonte do tribunal, após a conclusão do interrogatório aos arguidos, o tribunal ouvirá, em média, oito a dez declarantes por dia.
Pedro Lussaty encontra-se em prisão preventiva há um ano no Hospital Prisão de São Paulo, onde aguarda pelo julgamento.
A sua detenção ocorreu quando procurava, alegadamente, em meados de Maio do ano passado, deixar o País com bagagem contendo milhões de dólares, euros e kwanzas.
O caso foi exponenciado pouco depois pelo facto de as imagens transmitidas pelas televisões mostrarem notas em kwanza da nova série, que chegaram ao mercado já depois da chegada ao poder de João Lourenço.
A presença destas novas notas de kwanza indiciava que estes crimes foram também cometidos depois de José Eduardo dos Santos ter deixado o Palácio da Cidade Alta e depois da declaração de guerra à corrupção e ao peculato com que o Presidente João Lourenço iniciou o seu mandato.
O interesse foi amplificado precisamente por este tipo de crimes ter surgido no interior da Casa de Segurança, um dos departamentos mais relevantes da Presidência da República.
Na passada quinta-feira, dia 09, o Chefe de Estado, João Lourenço, anunciou que o conhecido "caso Pedro Lussati" seria esclarecido ao público nos próximos dias. Passados quadro dias o tribunal marcou a data para o início do julgamento.