Num comunicado divulgado esta segunda-feira, 25, a PGR adianta que recebeu a certidão digital integral do processo envolvendo Manuel Vicente no passado dia 19 de Junho, mas explica que isso ainda não lhe permite dar seguimento ao caso.
"Não existindo no ordenamento jurídico angolano regras processuais que admitam processos em formato digital, a PGR de Angola aguarda que lhe seja remetida pela sua congénere o processo em formato de papel, para ulteriores trâmites", lê-se na nota.
Segundo a mensagem, a PGR lusa assumiu a responsabilidade de enviar o processo em suporte físico, "isto é, da certidão integral em formato papel tão logo seja concluída a respectiva feitura".
O caso, denominado Fizz, envolve diversas personalidades portuguesas e angolanas a contas com acusações de diversas ilegalidades, desde corrupção a falsificação de documentos e branqueamento de capitais, crimes igualmente imputados pelo Ministério Público luso ao ex-vice-Presidente angolano.
Recorde-se que as relações entre Lisboa e Luanda, apesar de não terem sido nem interrompidas nem postas em causa, sofreram um abalo violento quando, ainda antes da eleição de João Lourenço, foi conhecido, através da imprensa portuguesa, que Manuel Vicente, estava a ser investigado por alegados crimes de corrupção e branqueamento de capitais pela justiça portuguesa.
A tensão bilateral foi entretanto desanuviada, com a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, de transferir para Luanda o julgamento do antigo número dois do Estado angolano.