Um dos principais mapas interactivos online e que há mais tempo permite seguir a evolução da pandemia, o da Universidade John Hopkins, Coronavirus COVID-19 Global Cases by the Center for Systems Science and Engineering permite, para quem o segue desde o início, como o Novo Jornal tem feito, perceber claramente que o continente africano tem estado a observar um crescimento exponencial de casos, embora, até há pouco tempo - o primeiro caso surgiu no Egipto, em meados de Fevereiro - fosse um oásis no meio de um vasto oceano de casos a multiplicar-se por todo o lado.
Actualmente, quando em todos os países afectados as medidas de resposta se multiplicam, desde logo a declaração de estado de desastre ou emergência, como aconteceu no Domingo, na África do Sul, o continente africano tem 29 dos seus 54 países com casos confirmados.
Há já um total de 375 casos em África e oito mortes confirmadas oficialmente, sendo a Tanzânia e a Somália os últimos países a anunciar a chegada do actual inimigo público número 1 do mundo.
Os países do continente com mais casos são o Egipto, com 166 (4 mortos), a África do Sul com 62 e a Argélia com cerca de 60 (quatro mortos), enquanto Marrocos, o quarto país com mais registos, está ainda nos 24, embora com um morto reconhecido oficialmente.
Permanece por confirmar qualquer ocorrência de contaminação comunitária, o que significa que todos os casos existentes são de pessoas que chegaram do estrangeiro, sendo uma boa parte também cidadãos europeus ou asiáticos.
Angola permanece no grupo dos países ainda livres da pandemia, embora se multipliquem os casos suspeitos, mais de uma centena, todos, até agora, despistados negativamente pelas autoridades sanitárias, que estão a reforças as medidas de contenção, nomeadamente nos postos fronteiriços.
Mas, a par dessas medidas nacionais, algumas escolas privadas, como a Escola Portuguesa do Lubango, a partir de hoje, ou a Escola Francesa, já encerrada desde segunda-feira, em Luanda, entre outras, como o Colégio de São Francisco, também a partir de hoje, anunciaram e aplicaram o encerramento preventivo face ao evoluir global da pandemia, aproveitando para antecipar o período normal de férias da Páscoa.
A Escola Portuguesa de Luanda, em comunicado, informa que mantém as portas abertas por enquanto mas está a analisar em permanência o evoluir da situação, sendo de prever que medida semelhante possa ser tomada nos próximos dias.
O vírus, o que é e o que fazer, sintomas
Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.
Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.
Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.
O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.
A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.