Esta resposta da NileDutch Angola refere-se às notícias publicadas pelo online do Novo Jornal em duas datas distintas, 21 de Dezembro e 02 de Janeiro, depois de ter sido procurado o contacto, por telefone, que não foi fornecido, e-mail e presencialmente na sede da empresa, com a sua gerência.

No texto do direito de resposta, a NileDutch Angola avança que o fim do exercício da actividade foi uma "deliberação dos sócios" que consubstancia o encerramento das operações da empresa "por completo".

No seguimento dessa deliberação, aponta o documento, a decisão foi comunicada aos trabalhadores e "foi dado início ao procedimento de despedimento colectivo" cumprindo o que a lei angolana determina, como, de resto, também se pode ler nas notícias do Novo Jornal.

A empresa sublinha mesmo que foi proposto aos trabalhadores "um valor a título de compensação muito superior ao exigido por lei", além do que é exigido pela Lei Geral do Trabalho, garantindo ser falsa a ideia de que os direitos dos trabalhadores estão a ser afectados ou diminuídos.

O Novo Jornal, como pode ser revisitado nos links acima disponibilizados, não diz que ocorreram ilegalidades no fim da NIleDutch Angola, as notícias têm por base a ideia de que a NileDucth foi adquirida pela Hapag Lloyd e que o gigante alemão do transporte de contentores, a mesma actividade da NileDucth, criou no país a Hapag Lloyd Angola, que vai passar a actuar com os mesmos clientes e no mesmo segmento de negócio.

O que os trabalhadores ouvidos pelo Novo Jornal defendem é que, não sendo ilegal o processo dos despedimentos, apenas pelo facto de a NIleDutch encerrar a actividade, a lei pode estar a ser ferida quando se trata de uma aquisição internacional, pela Hapag Lloyd, que dá lugar a uma outra empresa em Angola, a Hapag Lloyd Angola, para substituir a que existia com ligações à NileDutch, a NIleDutch Angola, mantendo o mesmo tipo de negócio e clientes.

O que os trabalhadores sublinham, e como está plasmado nas cartas que o advogado dos funcionários enviou para a IGT e para a AIPEX, citadas pelo Novo Jornal, é que a Hapag Lloyd adquiriu a NileDutch e vai manter a mesma actividade e com os mesmos clientes em Angola através da Hapag Lloyd Angola.

A parte substantiva dos trabalhadores foi proposto o fim do contrato por mútuo acordo, com alguns a transitarem para a Hapag Lloyd Angola, tendo alguns aceitado e outros recusado, com cerca de duas dezenas a constituírem-se em associação para melhor defenderem os seus interesses.

Isso mesmo refere esta nota de direito de resposta da NileDutch Angola, sublinhando que a "maioria dos trabalhadores concordou com a actuação da empresa e aceitou de forma livre e informada celebrar um acordo amigável com a empresa" tendo o processo "decorrido de forma pacífica".

A empresa nota que "apenas uma minoria não aceitou sentar-se à mesa, fazendo-se representar por m advogado", tendo, no decurso das conversações, alguns dos que não aceitaram inicialmente, procurado, depois, "dialogar com a empresa directamente" tendo sido "alcançado um acordo dentro dos mesmos moldes que os restantes trabalhadores".

A NileDutch Angola garante que "existe apenas um conjunto minoritário de trabalhadores que parece estar a actuar de forma sinuosa e pretende causar instabilidade para proveito próprio gerando publicidade em torno desta matéria".

Neste documento, a parte dos trabalhadores que recusaram as propostas é denominada de "incendiária", e acrescenta que "o teor destes artigos é pouco respeitoso para a restante força de trabalho da NileDutch Angola, que se vê envolvida em notícias (esta e esta) sensacionalistas sem qualquer fundamento".

O documento acusa a "minoria incendiária" de estar a tentar gerar uma revolta entre os restantes trabalhadores contra a administração da empresa, o que, adverte a NileDutch Angola, pode substanciar uma ilegalidade prevista no código penal.

E avança que a empresa recebeu, entretanto, via advogados dos trabalhadores que não assinaram os acordos, uma proposta de acordo "pedindo valores para cada trabalhador que excedem cerca de 3 a 4 vezes o que a lei estabelece".

O texto afirma ainda que a empresa nunca foi contactada pelo Novo Jornal, o que não corresponde, porque não apenas esteve na sede da empresa um jornalista seu como foi enviado um e-mail a pedir declarações e explicações sobre este assunto, embora telefonicamente não tenha sido tentado por não ter sido facultado um contacto ao jornalista.

Mas, como pode ser revisto na notícia, isso é explicado e no segundo artigo é dito que o Novo Jornal está disponível, como agora o está a fazer, publicar a posição da NileDutch Angola.

A empresa garante que mantém em curso esforços para tentar chegar a um acordo amigável com "todos os trabalhadores" de forma a que "todos sintam que foram tratados de forma justa e respeitosa" contrariamente ao que sugerem as notícias do Novo Jornal que são "falsas, imprecisas e sem fundamento".

O Novo Jornal faz questão de sublinhar que, como sempre, cumpriu escrupulosamente, as regras deontológicas e de ética jornalística, nomeadamente ao tentar exercer o contraditório, ouvindo a empresa.