A greve por tempo indeterminado decretada pelos médicos está a asfixiar os enfermeiros, duplicando-lhes o trabalho, denunciam as organizações de defesa destes profissionais. Por exemplo, o Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda (SINTENFL) teme um "colapso" no sector da Saúde devido à carga laboral dos seus associados nas unidades sanitárias, como consequência da greve dos médicos, que já dura quase um mês.

Em declarações ao Novo Jornal, o secretário-geral do SINTENFL, que pede à entidade empregadora um meio-termo para a resolução das reclamações dos colegas, revela que, nas últimas semanas, muitos profissionais de Enfermagem passaram a duplicar os esforços, chegando a atender mais de 50 pacientes por dia, situação que qualifica como "grave". Afonso Kileba, que até se mostra solidário com os médicos, não tem dúvidas de que se trata de uma realidade "desumana", visto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que um enfermeiro atenda por dia apenas 18 pacientes. "Temos colegas que reclamam de cansaço e excesso de trabalho. Há até relatos de um enfermeiro que bateu o record, atendendo mais de 80 pacientes num único turno, ou seja, quadruplicou o número recomendado", diz, antes de acrescentar um comentário com leve traço de ironia: "Isso não é dar assistência, mas sim despachar o paciente, o que não é bom, sendo a vida o bem mais precioso.", avisa Kileba.

Afonso Kileba pede, por isso, ao Ministério da Saúde (MINSA) que encontre soluções para travar o "colapso" nos hospitais do País.

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