"Não se pode dizer que o ano lectivo esteja comprometido. Pode estar em alguns cursos ou em algumas faculdades, mas depois poderemos desenvolver um plano de contingências para superar esta situação", disse o número dois do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI).

Segundo o secretário de Estado para o Ensino Superior, "o MESCTI tem cinco unidades orgânicas, por isso não se pode dizer que o ano académico 2023/24 esteja comprometido como reiteram os docentes em greve".

Eugénio da Silva assegurou à Rádio Nacional de Angola haver universidades em que apenas um ou dois professores aderiram à greve.

Em assembleia, realizada no passado dia 5, os professores das universidades públicas decidiram continuar com a greve, que completa três meses no próximo dia 27, pelo facto de as suas velhas reivindicações não serem atendidas pelo Executivo.

Os professores decidiram em assembleia interpolar a greve no passado dia 12, caso houvesse um pronunciamento do Executivo, mas tal pretensão não se concretizou e a paralisação continua sem fim a vista.

Ao Novo Jornal, os docentes lamentaram o facto de estarem neste período de greve a sofrer descontos salariais por parte do departamento de Recursos Humanos do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), que orientou as universidades a aplicarem faltas e descontos aos professores que se encontram em greve.

Entretanto, o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES) garante que não vai recuar na decisão de ver satisfeito o aumento salarial e do seguro de saúde para os docentes.

"Vamos continuar com a greve até aos 90 dias legais", afirmou Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato de Professores do Ensino Superior.

Segundo o SINPES, o silêncio do Executivo pode levar ao prolongamento da greve e consequentemente à anulação do ano académico 2023/24, situação que o secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio da Silva, garante que não irá acontecer.

Conforme os professores, depois dos 90 dias de greve estipulado por lei, que termina a 27 deste mês, os docentes regressam às aulas no dia 29, mas asseguram que retomam a greve após 30 dias de interrupção. Isto já nos finais do mês de Junho e o princípio de Julho.

"Queremos que o Executivo se pronuncie, caso não o faça, vamos continuar com a greve porque já está demais", asseguram os docentes.