Em comunicado, a organização afirma que as declarações da polícia de que foi forçada a intervir para conter actos de violência "não explicam o uso de balas contra uma multidão desarmada".

"Armas de fogo só devem ser usadas para dispersar ajuntamentos violentos quando outros meios menos danosos não são práticos", defende a Human Rights Watch no comunicado, onde considera igualmente que "agentes da lei só podem intencionalmente fazer uso de armas de fogo letais quando isso é estritamente inevitável para se proteger a vida".

A organização expõe que nos anos recentes "as forças de segurança de Angola têm continuado a usar força excessiva e desproporcional que resultou em mortes e feridos".

"Em muitos casos mortes ilegais não foram punidas, o que cria a impressão de que as forças de segurança angolanas têm autorização para matar quem quer que desafie o Governo", diz a HRW para quem "a responsabilização de abusos de forças de segurança é essencial para se impedir a repetição e o fim de um ambiente de impunidade".

"O Governo angolano precisa de investigar imparcialmente e apropriadamente, levar a tribunal os responsáveis pelas morte no Huambo como primeiro passo para introduzir medidas visíveis para instalar o respeito pelos direitos humanos nas suas forças de segurança", declara no comunicado esta organização internacional de defesa dos direitos humanos.