De acordo com estes jornais, a defesa da empresária angolana na Holanda é financiada, pelo menos parcialmente, pela Nemesis International DMCC, uma empresa criada no Dubai e que se dedica a comprar a baixo preço diamantes ao Estado angolano para posterior revenda.
Segundo estes jornais, as duas empresas holandesas de Isabel dos Santos - a Exem Oil & Gas BV e a sua casa-mãe, a Exem Energy, BV - estabeleceram um acordo em Março de 2020 com a Nemesis em que a empresa sediada no Dubai concede uma linha de crédito sem juros até dois milhões de euros com cada uma das empresas.
Os dois contratos foram assinados por Konema Mwenenge, amigo de infância do falecido marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, avançam ainda os jornais, que afirma ter tido acesso a documentos que provam que parte do dinheiro usado para pagar a advogados portugueses e holandeses vem da Nemesis International DMCC, que no passado comprou diamantes à Sodiam (diamantífera angolana) a baixos preços.
O jornal holandês NCR avança que Jeroen Berlage é apenas um dos muitos advogados holandeses que têm assessorado Isabel dos Santos e as suas empresas nos últimos anos. Um advogado do gabinete do Procurador do Estado Pels Rijcken ajudou Dos Santos no processo perante o Supremo Tribunal. Rogier Schellars e Bas van Zelst (também professor da Universidade de Maastricht) da Van Doorne, com sede em Amsterdão, representaram as suas empresas em vários casos. No processo que ainda está em curso, a empresária angolana está a ser assistida por advogados da OSK de Amsterdão.
E na notícia lê-se que a firma de advogados Van Doorne enviou a Isabel dos Santos contas no valor de 3 milhões de euros.
"Em resposta às perguntas do NRC, o reitor da Ordem dos Advogados de Amsterdão anunciou que está em andamento uma investigação sobre esses pagamentos aos advogados holandeses", lê-se igualmente no jornal de grande circulação na Holanda, que avança que sobre os processos legais de Isabel dos Santos agora paira a questão de até onde os advogados podem ir na assistência às empresas de um cliente controverso, nomeadamente "quão activamente eles podem operar para uma empresa da qual o Instituto de Arbitragem da Holanda já estabeleceu que parte dos activos foi adquirida através de transações corruptas e se podem continuar a conduzir processos civis, mesmo que haja dúvidas sobre o dinheiro usado para financiar esses processos".