As cerimónias de homenagens ao empresário e coleccionador de arte contemporânea africana vão repartir-se por Jumeirah, no Dubai, Londres, em Inglaterra, Kinshasa, na República Democrática (RDC), e Luanda, Angola.
"A nossa família agradece a todos pelo apoio que nos têm dado, que tem sido crucial para nos ajudar a suportar esta dor. Tem sido muito difícil aceitar esta perda inesperada e as vossas palavras enchem o nosso coração", lê-se na mensagem da filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que começa por anunciar que "a cerimónia em homenagem à sua vida será no dia 5 de novembro de 2020, às 16h00, no Jumeirah, Dubai", pedindo às pessoas que se juntem à família em "oração".
"A missa fúnebre de Sindika Dokolo será realizada na Catedral de Westminster, Igreja Católica Romana, em Londres, Inglaterra, no dia 17 de Novembro às 10h30", informa Isabel dos Santos.
No dia 17, às 09:00, haverá lugar para uma cerimónia na RDC, no Museu Nacional do Congo, em Kinshasa, de onde era originário Sindika Dokolo. Em simultâneo será realizada, em Luanda, uma missa, mas Isabel dos Santos não avança o local.
Sindika Dokolo nasceu em Kinshasa, no antigo Zaire, actual República Democrática do Congo. Era dono de uma das principais e mais importantes colecções de arte contemporânea africana, tendo criado, em Luanda, uma fundação com o seu nome. O coleccionador de arte casou em 2002 com a empresária Isabel dos Santos, filha mais velha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
Filho de pai congolês, Augustin Dokolo Sanu, banqueiro falecido em 2001, e mãe dinamarquesa, passou a infância na Europa, entre a Bélgica e França. Licenciou-se em Economia, Comércio e Línguas Estrangeiras na Universidade Pierre e Marie Curie, em Paris.
Em Outubro do ano passado, a Fundação Sindika Dokolo comprou e repatriou para Angola 20 peças de arte que tinham sido levadas de museus angolanos para colecções estrangeiras e preparou-se para entregar ao museu de Kinshasa a primeira peça congolesa recuperada, segundo uma entrevista concedida na altura à agência Lusa.
Crítico dos quase 20 anos do regime do Presidente Joseph Kabila na República Democrática do Congo, Sindika Dokolo esteve cerca de cinco anos no exílio, devido aos processos movidos contra si em Kinshasa, tendo regressado apenas em Maio de 2019, já depois da chegada ao poder de Félix Tshisekedi, que tomou posse como chefe de Estado congolês em Janeiro.