Fizeram a inscrição, pagando cinco mil kwanzas por cada opção/curso. Submeteram-se ao exame de admissão e obtiveram o mínimo exigido por lei: nota igual ou superior a 10 valores. Formalizaram a matrícula, desembolsando quatro mil kwanzas, e pagaram adiantado, seguindo as regras da instituição, dois meses de propina, que são 30 mil kwanzas para o pós-laboral. Contudo, agora, foi-lhes revelado um suposto erro na correcção das provas, sendo-lhes dada como compensação uma possibilidade que classificam como "insulto": receber de volta todo o dinheiro gasto no processo e abandonar definitivamente as salas de aula.
É o resumo, na perspectiva dos estudantes, do conflito em que está envolvido o Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Uíge, órgão sobre o qual recai uma queixa já em tratamento na Procuradoria-Geral da República, como confirma, ao Novo Jornal, o advogado contratado por alguns candidatos "arrolados" no problema.
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Agostinho da Silva, coord. Comissão de Gestão do ISCED-Uíge
Líder da Comissão de Gestão do ISCED-Uíge fala em «fraude» e culpa um quadro do organismo pelos «erros», mas afasta a hipótese de reintegrar os estudantes.
Como se defende das queixas de que está injustamente a impedir que estudantes com matrículas e propinas pagas frequentem as aulas?
O ISCED-Uíge teve um problema de corrupção na anterior gestão. Nós [comissão de gestão] tentámos fazer um trabalho de base, de retirada de técnicos nas áreas que estavam acomodados há muito tempo, mas ainda há aqueles focos de mau trabalho. Nesta conformidade, durante as inscrições, já houve irregularidades, que fomos detectando enquanto os estudantes estavam a fazer exames - a Lei é bem clara: para se entrar no ensino superior [público], tem de se ter média igual ou superior a 12 valores. Mas, por anomalia nas inscrições, foram inscritos estudantes com médias 10 e 11...
Está a falar de 12 valores no certificado do ensino médio?
Sim. Primeiro, foram retirados esses estudantes do sistema, mas, como a velocidade de trabalho era tanta, alguns colegas que estavam nas comissões de verificação deixaram-nos passar, deixaram inscrever-se, e é assim que muitos deles aprovaram. Mas eles não podiam entrar no ensino superior por causa do Decreto Presidencial que determina a média 12 no ensino médio. Temos nesta condição 111 estudantes que foram retirados do sistema porque foram aprovados de forma fraudulenta.
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