A notícia é avançada pelo jornal português Correio da Manhã, que revela, na sua edição de hoje, 3 de Maio, que o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) de Portugal, em resposta a uma carta rogatória enviada pelas autoridades judiciárias de Angola, mandou arrestar as contas em que Isabel dos Santos e o gestor de negócios, Mário Leite da Silva, a sócia, Paula Oliveira, e o ex-administrador da Sonangol, Sarju Raikundalia, surjam como titulares, co-titulares, procuradores ou autorizados.
Em causa estão dois processos em que a empresária é indiciada pelos crimes de peculato, abuso de poder, participação económica em negócio e branqueamento de capitais. E além dos saldos das contas bancárias, foram também arrestados depósitos a prazo, aplicações financeiras e "dossiers" de títulos associados a esses investimentos.
Este jornal adiantava ainda que alguns dos nomes mais sonantes de angolanos com grandes fortunas em Portugal foram deixados de fora desta lista, embora as razões não sejam conhecidas.
O "dossier" enviado para Luanda conta com mais de 7.000 páginas onde estão detalhados ao pormenor as contas bancárias, os investimentos financeiros e as propriedades, nomeadamente imóveis e participações em empresas destas pessoas.
Esta lista é, segundo a cronologia dos acontecimentos permite concluir, a resposta portuguesa ao pedido da PGR angolana de ajuda para localizar os bens que angolanos referenciados pela justiça possuem em Portugal com o objectivo de os recuperar para o Estado considerando que estes foram obtidos com recurso ao erário público.
O documento, garante o jornal português, foi entregue em mão por um funcionário da PGR angolana, sendo que algumas destas contas e bens já estão congeladas ou identificadas no âmbito de processos a decorrer nos dois países.
Para além dos filhos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, segundo o Correio da Manhã estão ainda na lista os generais Hélder Vieira Dias e Leopoldino Fragoso do Nascimento. O ex-vice-Presidente Manuel Vicente e o banqueiro Álvaro Sobrinho são nomes que o jornal diz que ficaram de fora da lista, sem, no entanto, avançar quaisquer justificações.