Os muros de substituição das actuais grades de vedação, com mais de dois metros de altura, vão garantir que os actuais entraves à circulação das composições, pessoas a passar a linha, lixo no percurso... não se vão verificar quando o AIAAN estiver a funcionar em "voo de cruzeiro".

A vedação está dar uma nova imagem ao corredor ferroviário, sobretudo ao longo da Av. Deolinda Rodrigues (ex-Estrada de Catete), mas tem criando uma grande preocupação aos moradores do famoso bairro da "Ponte partida", na zona do Morro de Areia, em Viana, que diariamente atravessam por cima da linha férrea por falta alternativa e de uma passagem apropriada, que há 17 anos aguardam.

Os moradores temem, por conta do muro de vedação que está a ser colocado ao longo do corredor ferroviário, que o Governo encerre esta única passagem dos munícipes de Viana, Cacuaco e do Cazenga.

Ao Novo Jornal contaram ser do conhecimento das autoridades que de facto é um grande perigo a travessia por cima da linha do comboio, que já resultou em várias mortes, mas realçam que só o fazem por falta de alternativa.

Segundo os moradores, vedar o percurso ferroviário da Estação do Bungo ao novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto pode ser uma boa medida, mas dizem que o Executivo não se pode esquecer de criar as condições para que os munícipes continuem a fazer a travessia na zona da "Ponte Partida".

Caso seja vedado sem a criação de uma alternativa segura, os moradores não terão outra opção senão a de percorrem grandes distâncias para usarem uma das pedonais que está instalada ao longo do percurso ferroviário... ou saltarem o muro.

A "Ponte Partida" tem servido de travessia para milhares de cidadãos da Av. Deolinda Rodrigues para o interior do bairro do Morro de Areia.

O empreiteiro que realiza o trabalho de vedação assegura que estão acautelados todos os pormenores nos pontos de maior fluxo populacional, como é o caso da "Ponte Partida", facto que também foi assegurado por uma fonte do GPL ao Novo Jornal.

Em 2019, a administração municipal de Viana, garantiu ao Novo Jornal que se previa iniciar a construção de um viaduto para substituir a ponte que havia no local, mas a execução como tal nunca aconteceu.

Os trabalhos de vedação decorrem a bom ritmo, como certificou o Novo Jornal que percorreu este corredor ferroviário e constatou isso nas zonas da paragem do Piaget, Estalagem, Grafanil Bar, Ponte Amarela e no km 25, onde já são visíveis os novos cenários.

Já os moradores da zona da BCA, no Cazenga e do Grafanil, em Viana, disseram que as pessoas deixaram de usar as pedonais que liga a Av. Deolinda Rodrigues, aos bairros, porque acham ser mais fácil fazerem a travessia por cima da linha do comboio.

Outros disseram que quase não existiam redes de vedação ao longo da linha, porque foram retiradas, facto que leva as pessoas a optarem pela travessia por cima da linha.

Na semana passada, o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D"Abreu, visitou as obras de construção do muro de vedação e recebeu informações sobre o grau de execução física da obra e dos constrangimentos com que o empreiteiro se tem deparado.

Do empreiteiro, o ministro ouviu que as obras têm decorrido como previsto, estando já construídos 7% do muro de vedação para protecção da linha começando pelos pontos mais críticos.

Segundo o empreiteiro, 15 novas pedonais serão construídas e muitas destas serão colocadas nos pontos de maior fluxo populacional.