Edgar Ndala, que ressalva que o processo de distribuição é faseado, estando aberta a possibilidade de a província voltar a ser contemplada conforme a disponibilidade de «stock», corrige, assim, os dados inicialmente divulgados pelo NJ, nos quais Malanje era erradamente citada como tendo recebido apenas 10 autocarros.

"Nós, hoje, ainda não temos um número que satisfaça a implementação de novos destinos", diz o responsável, ao analisar os moldes com que se processa a mobilidade na província.

O «número um» dos Transportes em Malanje mantém-se, no entanto, optimista, ao realçar que a província tem, alegadamente, um número de autocarros que "acode em grande medida o município sede", região, aliás, onde se registam os principais focos geradores de tráfegos por, entre outros aspectos, acolher alguns dos essenciais serviços económicos e sociais.

Ao NJ, Edgar Ndala diz não saber ao certo quando o Governo Central voltará, no quadro dos 1500 meios adquiridos, a distribuir outra quota para Malanje. O responsável avança apenas o número de autocarros que deveriam ser disponibilizados para, junto com os actuais 25, se pôr fim às dificuldades por que a região passa no que diz respeito à mobilidade.

"Se nos for acrescido, pelo menos, mais 28 autocarros para o serviço de transporte intermunicipal, estaríamos [em condições] de ter uma cobertura proporcional", diz Edgar Ndala, detalhando que o almejado reforço permitiria que cada um dos 14 municípios de Malanje tivesse dois autocarros públicos, ao contrário do que sucede hoje, em que os restantes 13 municípios disputam nove autocarros, havendo regiões em que não há qualquer meio público de locomoção.

Os milhões da mobilidade

A aquisição de 1500 autocarros públicos, conforme noticiou o Novo Jornal, na edição nº 709, consta de um programa/projecto com o qual o Executivo diz ter gasto 67,1 mil milhões de kwanzas no primeiro semestre deste ano, no quadro da dotação orçamental destinada ao Ministério dos Transportes.

Segundo os relatórios preliminares de execução do Orçamento Geral do Estado (OGE), no primeiro trimestre de 2021, o Executivo liquidou 45 mil milhões de kwanzas, ao passo que, no segundo trimestre, pagou 22,1 mil milhões, perfazendo um total de 67,1 mil milhões de kwanzas liquidados.

Entretanto, tal como verificou na ocasião o NJ, estes valores contrastam com o previsto no OGE, representando um aumento de mais de 600%, se tivermos em conta que a rubrica em que se inscreve o referido programa/projecto, sob o título Aquisição de 1500 Autocarros para Transporte Escolar, prevê gastar um pouco mais de 10 mil milhões de kwanzas.

Em reacção, um alto quadro do Ministério dos Transportes minimizou estas discrepâncias, socorrendo-se do Decreto Presidencial n.º 59/21, de 5 de Março, que aprova as Regras Anuais de Execução do OGE