Mais de 2.000 médicos que participaram na assembleia deliberaram que a greve deve continuar até às partes chegarem a entendimento.

Os profissionais da saúde não querem interromper a greve iniciada no dia 06 deste mês enquanto não virem resolvida a questão do primeiro ponto do caderno reivindicativo: a retirada do processo disciplinar e o reenquadramento num hospital à escolha do presidente do sindicato, o médico Adriano Manuel.

"A greve vai permanecer porque não foi ainda cumprida qualquer ponto do caderno reivindicativo dos médicos", assegura o SNMEA.

Esta sexta-feira, soube o Novo Jornal, o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola vai fazer a entrega ao Ministério da Saúde da acta da assembleia dos médicos realizada esta quinta-feira.

O MINSA garante que o primeiro ponto do caderno reivindicativo, o reenquadramento do presidente do SNMEA, Adriano Manuel, ficou ultrapassada no encontro do dia 06, informação que o SNMEA nega até agora.

E diz mais: que "nenhum ponto do caderno está ultrapassado e que na proposta do ministério se nota uma clara intenção em expulsar o seu líder sindical da função pública.

O sindicato entende que antes de qualquer acordo deve ser-lhe retirado o processo disciplinar "aplicado injustamente" no exercício das suas funções no Hospital Pediátrico David Bernardino, há 18 meses.

Segundo o SNMEA, os serviços mínimos estarão salvaguardados nos bancos de urgência e cuidados intensivos.

O processo disciplinar foi movido contra o líder sindical por este denunciar à imprensa a morte de 19 crianças de um total de 24 no banco de urgência do Hospital Pediátrico David Bernardino, onde trabalhava, tendo sido transferido pelo seu director para o departamento dos Recursos Humanos do Ministério da Saúde, decisão justificada com a necessidade de mobilidade de quadros.

"No primeiro ponto eles querem que o presidente do SNMEA vá para uma unidade hospitalar sob responsabilidade directa do ministério. Nós queremos que vá para um hospital autónomo à sua escolha", disse ao Novo Jornal uma fonte do sindicato, assegurando que este ponto tem pendor político.