No quartel general, ex-R20, o Presidente João Lourenço rendeu homenagem ao também membro do Conselho da República, órgão de consulta do PR.

João Lourenço falou de Ismael Mateus "como um grande cidadão", realçando que o País perdeu "um dos seus melhores filhos" e "um intelectual que soube aliar um elevado sentido crítico com civismo e com respeito pelas instituições democráticas".

No cemitério de Santa Ana, milhares de cidadãos assistiram ao enterro de Ismael Mateus, elogiando o "trato fácil" de um homem "defensor do bom jornalismo".

Manuel Loth, contemporâneo de Ismael Mateus, disse, durante o elogio fúnebre, que Ismael Mateus era um homem ambicioso no que respeita à "construção do bom jornalismo" e "não invejava ninguém".

A secretária-geral da Organização das Mulheres Angolanas (OMA), Joana Tomás, antiga jornalista da TPA, visivelmente consternada, salientou que "o País perdeu um homem de classe e atento às injustiças".

Teixeira Cândido, ex-secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), salientou que o SJA e a classe dos jornalistas "perdeu um grande cidadão que muito ainda tinha que contribuir para o engrandecimento do jornalismo".

O SJA, numa mensagem de condolências, frisou que, como jornalista, Ismael Mateus "soube sempre levantar bem alto a principal bandeira do sindicato, a sua imagem de marca, com a qual o projecto nasceu e se afirmou ao longo destes 32 anos de existência".

Na hora do adeus, os filhos, na mensagem da família, destacaram a grandeza do pai, pelo contributo que deu ao País, e em particular ao jornalismo.

Também Adalberto Costa Júnior, líder do maior partido da oposição, dedicou, este sábado, na rede social Facebook, algumas palavras ao "amigo de muitos anos, de muitas conversas".

"Nos últimos anos foi nomeado membro do Conselho da República, onde foi voz que aconselhou com coragem e com patriotismo. Um permanente defensor do não adiamento das autarquias locais. Autor de regulares análises "com recados" que poucos ousam produzir, vai certamente fazer-nos muita falta", escreveu, destacando que Ismael Mateus "tinha opção partidária clara, mas tal nunca o limitou a opinar e a saber dialogar de modo plural".