Máquinas e militares armados, com supostas ordens superiores, irromperam pelas 03h00 da madrugada de sábado, no bairro Zango 3, e derrubaram todas as casas construídas pelo Fundo de Organização de Bens e Imóveis (FOBIS), Sociedade Limitada. O património estava orçado em um bilhão e 200 milhões de kwanzas, de acordo com o director de projectos da FOBIS, Daniel Carlos, entrevistado pelo Novo Jornal, e que, na manhã de quarta-feira, esteve no local para testemunhar um cenário desolador.

Casas deitadas abaixo, escombros, bairro isolado e desabitado, militares por todo lado. Este foi o quadro que a reportagem do Novo Jornal constatou no terreno, que fica a escassos metros de um condomínio erguido pelo Cofre de Providência da Polícia Nacional.

O cenário de destruição e de homens armados fazia lembrar uma zona de "guerra".

Ninguém tinha permissão para avançar sem autorização dos militares. A equipa do Novo Jornal identificou-se e chegou à conversa com o engenheiro Saraiva e o coronel Ndongwa, que se apresentou como comandante do Posto de Comando Unificado do Zango. Os dois responsáveis, que são acusados pelos populares de terem dirigido as acções de demolição e as operações militares, não aceitaram prestar esclarecimentos sobre as demolições, nem permitiram a obtenção de imagens. Limitaram-se a pedir os números de telemóvel aos repórteres para um contacto posterior, o que não aconteceu até ao fecho desta edição.

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