Devido às complicações de saúde em resultado da idade avançada, Sudan, de seu nome, foi sujeito a uma indolor eutanásia, pondo fim ao sofrimento provocado por um súbito agravamento do seu estado.

Mas ninguém esquece a importância que Sudan teve e vai continuar a ter para tentar salvar esta espécie de rinoceronte que é, agora mais que nunca, uma das mais ameaçadas de extinção em todo o mundo, porque, se por um lado, conseguiu fecundar duas fémas, o material genético que foi recolhido antes de morrer, poderá, em breve, graças a novas tecnologias de reprodução artificial, continuar a contribuir para o esforço em curso para manter a espécie viva.

Sudan era o grande embaixador da luta travada em todo o mundo para salvar esta subespécie de rinoceronte branco, como lembrou, após a sua morte, Richard Vigne, da organização OI Pejeta Conservacy, no Quénia, sublinhando o seu papel na estratégia de sensibilização global para a importância da conservação da natureza, incluindo todas as outras espécie que correm o risco de desaparecer devido à actividade humana, desde a caça ilegal à ocupação de territórios essenciais à sobrevivência destes animais e plantas.

Apesar deste contributo, numa ironia benigna, Sudan morreu às mãos de humanos, os seus tratadores, que foram obrigados a submete-lo à eutanásia devido ao seu estado de saúde.

Sudan tem uma longa história de vida, mas também atribulada, porque nasceu no Sudão - daí o seu nome -, mas acabou, logo depois de nascer, em 1973, num zoo na República Checa e, depois, quando já era por demais evidente a sua importância para tentar salvar a espécie, regressou a África, ao Quénia, em 2009, onde se juntou a duas fêmeas da sua espécie, com as quais se reproduziu, dando um impulso que pode ser decisivo para que o mundo não se depare com mais uma extinção.