Qual é a sua opinião sobre este julgamento?

Neste momento, sou um desiludido com o combate à corrupção.

A metodologia seguida não funcionou. Teria sido necessária uma nova estrutura ágil com legislação própria.

Nada disso se fez, entregando esse combate a um Código de Processo Penal que não está preparado para lidar com estas situações complexas e a tribunais comuns sem capacidade e formação para julgar os grandes casos de corrupção.

Basta ver a trapalhice em como (não) começou o julgamento dos generais Kopelipa e Dino. A mesma juíza conselheira que no dia 4 de Dezembro marcou o início do julgamento para dia 10 de Dezembro, veio dizer no dia 10 de Dezembro que essa marcação não respeitava a lei. É inédito. Possivelmente, a senhora juíza conselheira não se lembrou das normas que regulam os julgamentos nos tribunais provinciais (primeira instância) que neste caso se aplicam ao Tribunal Supremo. É humano, mas demonstra que o sistema está preparado para não funcionar....

Esta será uma mensagem clara que no combate à corrupção do Executivo de João Lourenço não existem intocáveis? Há quem diga que se trata de um processo meramente político?

Começou por ser uma mensagem clara, mas já não é. Entrou nos labirintos insondáveis dum processo judicial incompreensível. Lembremo-nos que o tempo entre a decisão instrutória (a decisão de levar a julgamento) e o início do julgamento é de um ano. Dificilmente, terá uma decisão final e transitada em julgado antes de cinco anos, lá para 2030. Por isso, pode não ter sido iniciado como um processo político, mas não vejo que a sua solução real não passe pela política.

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