A detenção e julgamento sumário de um taxista que foi apanhado em flagrante quando tentava subornar um agente regulador de trânsito em Luanda com uma nota de mil Kwanzas dissimulada no interior dos documentos, situação que foi gravada num vídeo que depois circulou nas redes sociais gerando aplausos dos internautas, levou o Novo Jornal a perguntar à Polícia Nacional quantos automobilistas já foram levados a tribunal este ano. A resposta surge pela voz do intendente Simão Saulo, chefe do Departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária.

"Todos os cidadãos apanhados em flagrante a tentarem subornar os nossos efectivos foram encaminhados ao tribunal e condenados por corrupção activa a 45 dias de prisão convertidos em multa no valor de mais de quarenta e seis mil kwanzas", disse o oficial.

O responsável referiu que o caso recente, que foi divulgado nas redes sociais e em alguns órgãos de comunicação social, ocorreu no município do Kilamba Kiaxi, na rotunda do Distrito Urbano do Calemba II, quando um cidadão, de 35 anos, taxista, foi apanhado em flagrante a tentar subornar um efectivo da unidade de trânsito colocado no Comando Municipal do Kilamba Kiaxi.

"O taxista foi avisado diversas vezes que estava a incorrer num crime, mas insistiu e acabou por ser detido e julgado sumariamente", declarou, sublinhando que existem outros casos de desobediência, que também chegam a ser julgados e com penas semelhantes, mas convertidas em multas.

"O Departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária tem alertado os condutores a pautarem com bom comportamento na via pública, principalmente quando são abordados pelos nossos efectivos e não enveredarem na prática de corrupção. Porque para além de prejudicarem a sua reputação e vida, também prejudicam os agentes em serviço na via pública que aceitem ser corrompidos", afirmou.

O comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, tem alertado várias vezes os efectivos da corporação, avisando que aqueles que cometerem "acções reprováveis socialmente", manchando a imagem da Polícia serão expulsos e encaminhados para os órgãos de Justiça para serem responsabilizados criminalmente.

E as recomendações não têm sido feitas apenas aos agentes de trânsito. Por exemplo, em Fevereiro de 2019, durante a celebração do 27 ° aniversário da Polícia de Intervenção Rápida, Paulo de Almeida lembrou aos efectivos que a PIR "não é uma polícia do dia-dia", ao contrário do que tem vindo a acontecer, com os agentes a comportar-se como se da Ordem Pública se tratasse, e a fazer trabalho de giro e atrás da "gasosa".