Segundo os media locais, este derrame, que os responsáveis da Catoca já admitiram ter ocorrido há cerca de um mês, provocou pelo menos 12 mortos e afectou dezenas de milhares de pessoas que tinham nestes cursos de água a fonte da sua subsistência, incluindo a água para o consumo de milhares de famílias.

Face a este cenário, o Ministério do Ambiente congolês fez saber que vai accionar os mecanismos necessários para obrigar a Sociedade Mineira da Catoca a indemnizar os afectados pelo despejo de resíduos, incluindo metais pesados provenientes da actividade de exploração diamantífera, nos rios Tshikapa e Kasai, efluentes do Rio Congo.

E também o Presidente Félix Tshisekedi se pronunciou sobre este problema, lançando um apelo internacional para ajudar a diminuir o impacto desta tragédia ambiental.

Isto, porque, em finais de Julho, um açude da mineração colapsou e um volume substancial de águas lixiviadas com químicos usados na laboração foram parar ao meio ambiente da RDC levados pelos cursos de água.

Segundo a notícia inicial sobre este problema ambiental, que foi da Reuters, as autoridades congolesas descreveram esta escorrência como uma "catástrofe" para centenas de milhares de pessoas, situação sem precedentes naquele país.

Nessa notícia, onde é citado Raphael Tshimanga, responsável pelo Centro de Investigação da Bacia do Congo, fica claro que já tinham sido registadas a morte de um número elevado de crocodilos, de milhares de peixes e ainda de hipopótamos, sendo ainda conhecida a ocorrência de inúmeros casos de diarreias e outras doenças nas comunidades afectadas, não só dos dois rios da linha da frente mas também no Rio Congo, onde desaguam o Tshikapa e o Kasai.

Foi formada uma equipa nomeada pelos dois Governos para lidar com este problema.

Segundo noticiou a DW a 03 de Setembro, os responsáveis pela Catoca explicaram que se tratou de um derrame para o Rio Lova, cujo curso natural o liga aos rios Tshikapa e Kasai, em finais de Julho após o colapso de um tubo de vazão de um dique de resíduos da mina da Catoca, uma das maiores do mundo, tendo estes acrescentado que estavam a dar apoio às comunidades para mitigar o impacto da poluição.

Entretanto, o Centro de Pesquisa em Recursos Hídricos da Bacia do Congo, da Universidade de Kinshasa, anunciou que existe, consequências muito relevantes ainda por analisar, como é a questão do impacto deste derrame nos lençóis freáticos, que são essenciais à vida humana nesta vasta região.