Denominado Global Environment Outlook, o documento revela ainda que existem em todo o mundo mil milhões de pessoas, maioritariamente na parte Sul do globo, sujeitas a intensa poluição do ar, contaminação por produtos químicos da água e rápida destruição de ecossistemas essenciais à vida humana.
Este pesado fardo ambiental é considerado neste relatório, que foi elaborado com o contributo de mais de 200 cientistas de todo o mundo, ao longo dos últimos seis anos, como uma espécie de epidemia global que apresenta cada vais potencial para ter um impacto negativo sobre a economia mundial e o desenvolvimento dos países menos desenvolvidos.
Divulgado em Nairobi, no Quénia, o Global Environment Outlook (GEO, na signa inglesa), lança um novo alerta sobre a exponencialidade das alterações climáticas, antecipando um aumento acelerado das secas e das cheias, que vão ter um impacto muito maior nas populações que vivem em regiões deprimidas e subdesenvolvidas que nas regiões mais ricas do planeta, nomeadamente por causa da diferença de capacidade de resposta numas e noutras.
Um dos temas mais enfatizados por este documento é a questão do impacto da poluição na saúde das pessoas, especialmente nas cidades dos países menos desenvolvidos onde as populações são sujeitas a densa poluição atmosférica, ao deficiente tratamento de resíduos urbanos.
E chama a atenção para o facto de não existir ainda um acordo global, semelhante ao de Paris, para os efeitos da deflorestação ou ainda das alterações profundas ocorridas nos últimos anos sobre aquilo que a humanidade come diariamente.
Alicerçado em centenas de bases de dados existentes no mundo inteiro, o GEO aponta para as mais evidentes urgências para a defesa da saúde pública contra os efeitos dos diversos tipos de poluição, apontando que mais de 25% das doenças e das mortes resultam da crescente fragilização do meio ambiente, desde a falta de água potável, responsável por quase 1,5 milhões de óbitos, até à tragédia que é o uso descontrolado de químicos na agricultura ou ainda o despejo de biliões de toneladas de lixo nos oceanos.
No conjunto, a poluição surge como responsáel por pelo menos um quarto das mortes e das doenças registadas em todo o mundo.
Este documento foi divulgado no âmbito da 4ª Assembleia da ONU sobre o Ambiente, que decorre na capital do Quénia, Nairobi.