Para encontrar uma saída para a "situação muito complicada" em que estão, estes trabalhadores da Casa Militar do PR enviaram uma delegação a Luanda.
"Temos passado por uma situação difícil que ocorre desde 05 de Julho de 2021, altura em que um alegado cadastramento nos retirou do regime remuneratório para a condição de esquecidos", disse esta terça-feira, em conferência de imprensa, o coordenador do grupo enviado a Luanda.
Adelino Daniel Pessela lamentou que a situação já se prolongue por quase dois anos, sob o olhar impávido do ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado.
"Querem aproveitar o caso Lussaty (ver links em baixo nesta página) para nos afastarem definitivamente deste órgão", acrescentou, frisando que desde que os salários estão cancelados, já morreram mais de 50 sapadores e muitos lares estão destruídos.
O coordenador do grupo de sapadores disse que já bateram à porta de várias instituições, tanto na província do Kuando Kubango como em Luanda, mas até agora nada mudou.
Num pedido de ajuda a João Lourenço, Adelino Pessela lembra que "cresce o registo de colegas que morrem e aumenta a cada dia que passa", notado ainda que "são muitas as famílias onde falta de tudo e a situação é cada vez mais crítica e lamentável".
De acordo com Adelino Daniel Pessela, por reivindicarem os seus direitos, são alvo de perseguição de toda a natureza por parte das entidades do Governo.
"Face à situação, temos pretensões de organizarmos uma manifestação, mas optamos por nos dirigir ao senhor Presidente", frisou, argumentando que fazem parte da Casa Militar desde 2003.
"Se dizem que a unidade da Casa Militar do Presidente da República, na província do Kuando Kubango, na qual foram descobertos vários crimes de peculato, branqueamento de capitais, associação de malfeitores, entre outros, no decurso da operação "Caranguejo", foi encerrada, não tem nada a ver com os sapadores. Estes são problemas com altos oficiais que estiveram envolvidos nestes crimes", disse.