A comissão negocial discorda da posição do Conselho de Administração por entender que não serão cumpridos os acordos agora assinados e assegura que a greve foi suspensa por decisão da assembleia-geral de trabalhadores, realizada esta quinta-feira.

O levantamento da greve significa que estão ultrapassadas e resolvidas definitivamente as reivindicações que desencadearem a paralisação das actividades.

Ao Novo Jornal, Maria da Ressurreição, secretária-geral adjunta do sindicato dos trabalhadores do CFL, disse que faltam ainda seis dos 16 pontos constantes no caderno reivindicativo, para serem discutidos e resolvidos, "coisa que a direcção nega discutir".

Segundo esta sindicalista, caso se levante a greve, isso significará que as reivindicações dos funcionários foram todas atendidas e que as partes ficaram satisfeitas, o que para o sindicato não é verdade.

"Entendemos que não devemos levantar a greve, mas sim suspender por algum tempo. Como diz a lei", disse.

Conforme Maria da Ressurreição, os trabalhadores retornaram aos postos de trabalho esta sexta-feira a 100 por cento, sem restrições.

"Infelizmente, a direcção do CFL, numa posição intimidatória, não permite que os comboios se movimentem. Mas os trabalhadores estão lá dispostos a trabalhar e a direcção não autoriza que ninguém toque nas máquinas", contou a secretária-geral adjunta do sindicato dos trabalhadores.

Já o porta-voz do CFL, Augusto Osório, disse que os pontos reivindicativos foram atendidos satisfatoriamente e assegura que o sindicato cria manobras que inviabilizam o processo das negociações, sustentando que as negociações não podem ser um processo permanente.

"Os pontos do caderno reivindicativo foram respondidos satisfatoriamente na generalidade. Não vemos o que devemos negociar mais nesse momento", referiu o porta-voz.

Augusto Osório assegurou que haverá um incremento salarial de todos os trabalhadores do CFL, desde o PCA até ao último trabalhador, mas não avançou qual a percentagem.

Conforme o porta-voz do CFL, não há motivos para que a comissão sindical suspenda a greve ao invés de levantá-la.

"Os pontos do caderno reivindicativo foram discutidos ao pormenor, foi aprovado, e na sequência desta aprovação os trabalhadores não levantam a greve?", questionou o porta-voz.

"Esse é o ponto que dificulta e faz com que os comboios não circulem. A administração não vai aceitar a suspensão e quer o levantamento da greve", avançou.