Os professores acusam o SIMPROF de estar do lado do Executivo e não da classe, por isso concentraram-se defronte à rotunda do Songo para protestarem e exigirem os subsídios de férias em falta há três anos.
Ao Novo Jornal, os professores insatisfeitos disseram que não receberam qualquer explicação sobre o assunto por parte da delegação provincial da educação do Uíge e estranham a atitude do secretariado provincial do Sindicato dos Professores, que recusou juntar-se aos protestos desta quinta-feira.
"Não recebemos os nossos subsídios de férias entre 2019 e 2021, a nossa delegação provincial nada diz, e o SINPROF local parece não existir. Porque que não nos dão o nosso dinheiro? Qual foi o crime que cometemos?", perguntou um dos professores que participa da manifestação e preferiu não ser identificado.
Segundo este professor, apesar de um bom número de docentes ter aderido à manifestação, lamentou o facto de grande parte dos professores a nível da província do Uíge não participarem por medo do SINPROF e dos directores das escolas e das delegações municipais.
Entretanto, o Novo Jornal apurou esta manhã que a rotunda do Songo, arredores da cidade do Uíge, está cercada por polícias da ordem pública e da PIR, assim como também da brigada canina.
Os professores disseram que vão manifestar-se de forma pacífica e ordeira, pelo que não entendem por que razão a Polícia Nacional destacou para o local da manifestação um grande aparato de efectivos e meios.
Amândio Simão, o secretário do Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) no Uíge, disse ao Novo Jornal que o SINPROF se demarcou da manifestação por não se rever nela.
"Não há uma realidade concreta para o SINPROF participar, o que eles alegam é mentira, na lógica das coisas não há falta de subsídio de férias na província", disse o sindicalista.
Segundo Amândio Simão, quem tem a competência de convocar uma manifestação dos professores a nível provincial ou nacional é somente o SINPROF e não grupos de professores insatisfeitos.
Uma fonte da delegação provincial de educação do Uíge disse ao Novo Jornal que nem todos os professores, de facto, receberam os subsídios de férias, mas informou que esta questão é resolvida a nível da delegação provincial da educação do Governo do Uíge.
"Esta questão dos subsídios não abrange todos os professores, por isso não há razão para manifestação", explicou.