Miguel de Oliveira explicou que o paciente já podia ter recebido alta no período da manhã mas esse momento foi retardado algumas horas para garantir que as dúvidas geradas pela informação errada veiculada na sexta-feira de que tinha falecido fossem totalmente dissipadas.
O anúncio das suspeitas de que poderia estar infectado com o vírus que na China já fez mais de 260 mortos e mais de 11 mil infecções registadas em todo o mundo, foi produzido pela minisra da Saúde na passada semana, devido aos sintomas que apresentava e pelo facto de o homem ter chegado há cerca de duas semanas da China.
A ministra Sílvia Lutucuta, em conferência de imprensa realizada na passada quarta-feira, explicou que o doente apresentava sintomas que são associados à infecção pelo novo vírus descoberto na cidade chinesa de Wuhan.
Recorde-se que Angola tem uma comunidade chinesa de cerca de 250 mil pessoas e nos próximos dias deverão chegar ao país alguns milhares que foram à sua terra natal para as festividades do Ano Novo Lunar, a 25 de Janeiro.
Esta é a maior migração voluntária em todo o mundo num curto período de tempo, no qual mais de 2 mil milhões de viagens acontecem, internamente e de e para a China a partir de países nos cinco continentes, onde se encontra a gigantesca diáspora chinesa.
Entretanto, o Ministério da Saúde já fez saber que colocou nas entradas no país, como o Aeroporto 4 de Fevereiro, um dispositivo de despistagem de potenciais infecções, tal como nas entradas terrestres e marítimas.
Na China a cidade de Wuhan e mais três cidades da província de Hubei foram colocadas em quarentena, de onde não sai nem entra niguém sem autorização oficial, de forma a melhor estancar a progressão geográfica do vírus.
Vários países estão a tomar medidas radicais, incluindo, por exemplo, a suspensão de voos de e da China, por companhias como a britânica British Airways, mas também a Lufthansa, da Alemanha. OUtras também já o fizeram, como estas: United Airlines, American Airlines, Air Asia, Cathay Pacific, Air India, IndiGo e a finlandesa Finnair
O vírus, o que é e o que fazer, sintomas
Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, como início na China.
Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotícolas da saliva ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.
Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.
O período de incubação máximo é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.
A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem contaminadas...