Esta ideia foi transmitida pelo ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, durante a apresentação aos deputados do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2018 - 2022), que teve lugar na Assembleia Nacional.

Tapar o buraco entre o câmbio praticado pelos bancos comerciais e o praticado pelas "kinguilas", ou mercado paralelo, que desde 2014 não parava de aumentar, até que em Janeiro desde ano, o Governo e o Banco Nacional de Angola (BNA) mudaram a política cambial.

Política essa que deixava o Kwanza flutuar ao longo de uma faixa de câmbio semilivre, onde o valor deixou de ser definido oficialmente para passar a ser definido pelas melhores ofertas dos bancos comerciais no mercado primário, ou seja, na compra de divisas em leilão realizado pelo BNA.

Apesar de terem sido introduzidas alterações na chamada banda de flutuação, que foi estreitada para um máximo de 2 % para cima e para baixo, a verdade é que o câmbio da moeda nacional face ao Euro e ao dólar norte-americano estabilizou, chegando mesmo a ganhar escassamente terreno nos últimos leilões.

Mas a marca mais profunda desta nova política cambial da equipa económica do Executivo de João Lourenço foi a perda substancial de valor do Kwanza face ao Euro e ao USD.

No caso do Euro, que passou a ser a referência a partir da qual é definido o valor do restante cabaz de divisas, passou de 185 para 350 kwanzas, oficial, enquanto no paralelo, passou de quase 600 kwanzas para os actuais 410/420 no espaço de menos de um ano.

Mas, segundo Nunes Júnior, o esforço para tapar o buraco que separa os câmbios oficial e paralelo vai manter-se até que este desapareça por completo nos próximos meses, porque "essa convergência trará grandes benefícios para a economia nacional".

O PDN, agora apresentado aos deputados, recorde-se, é o documento de base para toda a política económica do Governo de João Lourenço, sobre o qual serão elaborados os orçamentos anuais e serão definidas as estratégias de médio prazo para resolver os constrangimentos provocados pela queda abrupta do valor do petróleo em meados de 2014 e devido às fragilidades até aqui inerentes à actividade económica nacional, como é o caso da corrupção e do peculato, cujo combate é uma das prioridades do Executivo.

OGE chega hoje ao Parlamento

Entretanto, o Orçamento Geral do Estado para 2019 é hoje entregue pelo Governo, por Manuel Nunes Júnior, ao Parlamento, através do Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.

Do documento central para as políticas do Executivo previstas para o próximo ano, até ao momento, sabe-se que os sectores da Saúde e da Educação, como o ministro das Finanças adiantou, vão ver aumentado o seu peso nos gastos do Estado.

Archer Mangueira avançou em meados do mês corrente que a Saúde vai contar com uma participação de 7 por ceno no total da despesa e a Educação sobre de 4 em 2018 para 6 por cento no ano que vem.

O documento contempla ainda medidas concretas para o combate à inflação, nomeadamente através do Programa de Estabilização Macroeconómica, e sabe-se que o OGE terá como guia as 83 medidas/programas contidos no PDN 2018/22.