O problema da falta de comida na capital da RCA cresceu depois de um comboio de camiões com abastecimento dirigido a Bangui ter sido atacado pelos rebeldes que a ONU já admitiu estarem ao serviço do antigo Presidente François Bozizé, que foi impedido de se candidatar em Dezembro de 2020 pelo Tribunal Constitucional, como o Novo Jornal noticiou ou ainda aqui.

Esta é uma das questões que mais preocupa a comunidade internacional actualmente na Região dos Grandes lagos e deve ser um dos assuntos em cima da mesa da Cimeira que está prevista - embora ainda falte a confirmação oficial - para esta sexta-feira em Luanda, com pelo menos cinco Chefes de Estado de países membros da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, à qual Angola preside desde Novembro do ano passado.

Por causa desta situação, de acordo com as agências com correspondentes no terreno, os preços dos alimentos básicos aumentaram de forma significativa o que está a gerar dificuldades para que as famílias consigam as rações mínimas para o seu dia a dia, levando a casos de fome severá.

A principal estrada que abastece Bangui é a que liga ao vizinho Camarões e esta está cortada há alguns dias, levando o Governo de Faustin-Archange Touadéra a declarar o estado de emergência.

De acordo com o The Guardian, mais de 1.600 camiões estão bloqueados do ouro lado da fronteira, impedidos de passar sob ameaça dos rebeldes que, nos últimos meses, têm desencadeado dezenas de acções militares contra as forças leais a Touadéra, que conta com o apoio de vários exércitos estrangeiros, desde logo russo e ruandês, e ainda forças de manutenção de paz das Nações Unidas.